Amaranta.  Do cinema a uma sala de aula em movimento

Amaranta. Do cinema a uma sala de aula em movimento


Está de visita a Portugal pela primeira vez. O medo não a fez desistir da viagem quando percebeu que vinha sozinha para uma cidade desconhecida


Saber por que alguém viaja é tão ou mais importante do que saber para onde vai. Alargar horizontes, descobrir novas culturas e crescer em valores. Há várias motivações. Uma viagem é como uma sala de aula em movimento com um único objetivo: desfrutar cada momento como se fosse o último. É isso que os turistas fazem e é por isso que escolhem Lisboa. Naquele início de tarde, perdida na multidão da estação de Santa Apolónia estava uma rapariga de costas voltadas, sem saber para onde ir. Apercebemo-nos então de que era uma turista.

Tocámos-lhe no ombro e a desconfiança foi imediata. Acalmou-se depois de perceber o porquê de estarmos ali: encontrar histórias e momentos únicos dos viajantes. Abriu o sorriso e começou por dizer que a aventura lhe está no sangue.

Amaranta Fiquitiva é colombiana mas está na Alemanha a tirar um curso de Cinema. Agora e sem hesitações veio a Portugal – começou por Viana do Castelo para matar saudades daqueles amigos de quem tanto gosta e que já não via há tempo. Uma semana bastou para desfrutar do Norte e Amaranta garante que jamais iria embora sem conhecer a cidade de Lisboa. Não conseguiu arranjar companhia para descer à capital, mas mesmo assim o medo não assombrou a colombiana de 24 anos. Consigo está em boa companhia e a ela basta-lhe isso para viajar.

“Estou em Portugal há uma semana. Vim ver umas amigas a Viana do Castelo e agora estou aqui. Sozinha. Era para vir com uma amiga. Ela não conseguiu, mas vim na mesma. Cheguei agora e estou à procura de sítio para dormir. Vim sem nada planeado”, explicou a colombiana, rasgando um sorriso para mostrar que a falta de companhia não é um problema. Pelo menos por enquanto.

No quarto de hora em que estivemos à conversa, Amaranta enumerou todos os riscos de não conhecer nada nem ninguém na cidade, tentando ao mesmo tempo convencer-se de que não tinha nada a perder – afinal, da experiência só poderia retirar coisas boas. Como estudante de cinema, veio à capital para conhecer os habituais lugares de referência, mas também para visitar os museus e casas de teatro.

Amaranta tem apenas três dias para percorrer a cidade, embora um deles já esteja perdido.

Depois da fotografia da praxe, indicámos-lhe alguns hotéis e residenciais para passar a noite. Despedimo-nos e sorridente seguiu o seu caminho. Ao menos naqueles 15 minutos não esteve sozinha. E o melhor: o sonho de conhecer Lisboa estava mesmo quase a começar.