Curdos garantem que o líder do grupo Estado Islâmico não morreu

Curdos garantem que o líder do grupo Estado Islâmico não morreu


Governo russo e ONG tinham anunciado a morte de Baghdadi, mas não apresentaram provas


O verdadeiro destino do autointitulado califa e líder do grupo terrorista Estado Islâmico continua envolto em mistério. Esta segunda-feira oficiais da unidade de contraterrorismo das forças militares iraquianas curdas vieram contrariar os diversos relatos das últimas semanas que davam conta da morte de Abu Bakr al-Baghdadi, numa altura em que a cidade iraquiana de Mossul, onde aquele proclamou o califado, em 2014, foi recuperada das mãos dos jihadistas.

“Baghdadi está definitivamente vivo. Temos essa informação e acreditamos 99% que esteja vivo”, contou Lahur Talabany à Reuters. “Não nos podemos esquecer que ele tem raízes nos tempos da Al-Qaeda no Iraque. Tem anos de experiência em esconder-se e em fugir dos serviços de segurança. Ele sabe o que está a fazer”, explicou o oficial, que acredita que o líder jihadista se encontra na região a sul da cidade síria de Raqqa.

Ao britânico “Telegraph” um residente de uma aldeia próxima de Deir Ezzor, na Síria, garantiu ter visto Baghdadi, há cerca de um mês, no meio de 200 pessoas, “em oração” e, aparentemente, “em forma”.

Ambos os relatos não encaixam, no entanto, nas posições assumidas pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos e pelo governo russo. A ONG sediada no Reino Unido afirmou, na semana passada, que estava em condições de confirmar a morte do suposto califa, e o ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa anunciou, no final do mês de maio, que Baghdadi tinha sido aniquilado após uma série de bombardeamentos aéreos contra as instalações de comando do grupo Estado Islâmico em Raqqa.

EUA e Iraque lutam lado a lado na região contra os extremistas islâmicos, mas dizem não estar em condições de confirmar as alegações de russos e ativistas. “A nossa abordagem é assumir que [Baghdadi] está vivo, até que seja provado o seu contrário, e neste momento não o podemos fazer, afirmou na semana passada o secretário de Estado norte-americano, Jim Mattis.