Palavras muito duras de Jean-Claude Juncker. O presidente da Comissão Europeia definiu o Parlamento Europeu como "ridículo, muito ridículo", depois de apenas 30 deputados terem participado no debate realizado nesta terça-feira na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo referente ao resultado dos seis meses da presidência maltesa do Conselho da União Europeia, que terminou na sexta-feira.
Quando chegou, por volta das 9h15, a sala estava quase vazia.
EU parliament will never work properly 'till EU citizens will be represented,by EU parties.National via is ineffective #Juncker @federalists pic.twitter.com/fXQvwqnXGH
— Riccardo Moschetti (@Riccardo_msc93) July 4, 2017
"Saúdo aqueles que fizeram um esforço para estar na sala. O facto de cerca de 30 deputados participarem neste debate demonstra o suficiente para que o Parlamento não seja sério”, atirou. No total existem 751 deputados…
Juncker deixou ainda mais uma indireta aos ausentes, falando sobre o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, que iria falar sobre o trabalho desenvolvido pelo seu governo durante a presidência da União Europeia. "Se Muscat fosse Merkel (chanceler da Alemanha) ou Macron (Presidente da França), teríamos a casa cheia", disparou, voltando a dizer que "o Parlamento é totalmente ridículo”.
"We are not ridiculous!" A row over attendance involving @JunckerEU in the EU Parliament in Strasbourg pic.twitter.com/rTj3yJHfIg
— Sky News (@SkyNews) July 4, 2017
Nesta fase, acabou mesmo por ser repreendido pelo presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani: “Por favor, senhor presidente. Você pode criticar o Parlamento, mas a Comissão não vai controlar o Parlamento. É o Parlamento que tem que controlar a Comissão." E Juncker não se ficou. "Há apenas alguns membros para controlar a Comissão. Você é ridículo”, retorquiu, com Tajani a pedir o uso de “uma linguagem diferente”.
Juncker terminou a dizer que nunca mais iria “a uma reunião deste tipo” e voltou a defender Malta, o estado mais pequeno da União Europeia: “A Comissão está sob o controlo do Parlamento, mas o Parlamento tem que respeitar até mesmo as presidências de países menores.” Juncker, refira-se, foi durante 18 anos o primeiro-ministro do Luxemburgo, um país com pouco mais de 550 mil habitantes.
Recorde-se que, no mês passado, os deputados já haviam sido alvo de críticas quando Hilda Heine, presidente das Ilhas Marshall, falou sobre a mudança climática e a ameaça que esta representa para o seu país em frente a uma sala plenária praticamente vazia.