O número de casas fortemente afetadas pelo incêndio que atingiu Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos subiu para 90. Este é o número oficial, mas o presidente da câmara de Pedrógão Grande refere, em declarações à Antena 1, que seja possível que suba rapidamente para a marca das 150 casas destruídas, uma vez que ainda estão equipas no terreno a avaliar o grau de destruição.
Valdemar Marques avança ainda que 26 empresas foram afetadas – “umas continuam, outras não têm possibilidades de continuar” – o que significa que 273 pessoas ficaram desempregadas.
O autarca aproveita esta fase de balanço para lembrar que está na altura “de se repensar a floresta”, que “não deve estar tão sobrecarregada, como estava, de eucaliptos”. Para o presidente da Câmara, com um novo tipo de floresta, onde também deve estar presente o regresso à exploração agrícola, pode surgir “uma nova economia”.
Uma semana depois de ter deflagrado o incêndio que causou 64 vítimas mortais, concluiu-se ontem a entrega de todos os corpos às famílias. Os últimos quatro corpos das vítimas que ainda permaneciam no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) de Coimbra foram ontem entregues às famílias.
Projeto-piloto Pedrógão Grande quer ser palco de um projeto-piloto de reorganização de floresta. Valdemar Marques fala em “reerguer a floresta, mas com organização”. Para o autarca, essa deve ser a prioridade, aliada à “rápida reconstrução das habitações das pessoas e o apoio psicológico”. “O mais difícil é levantar a moral” e não tanto as casas, sublinhou.
Para o presidente da câmara, é necessário, acima de tudo, “restabelecer a paz e o sossego às famílias enlutadas” e, por isso, pede: “Deixem-se de guerrilhas, de demissões, de SIRESP e de antenas”.