“Há situações que têm de ser apuradas até ao limite”, diz Marta Soares

“Há situações que têm de ser apuradas até ao limite”, diz Marta Soares


Presidente da Liga dos Bombeiros admite que ministra poderá ter de “assumir as consequências” e congratula-se com a criação de uma comissão independente para apurar o que aconteceu em Pedrógão Grande


O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, congratula-se com a criação de uma comissão técnica independente para apurar o que se passou no incêndio em Pedrógão Grande. Ao i, Jaime Marta Soares defende que “há situações que têm de ser apuradas até ao limite” e espera que a Liga dos Bombeiros Portugueses seja chamada a participar. “Sentimos que temos autoridade para que a nossa opinião seja tida em conta. Não deixaremos de dizer o que esteve mal e o que tem de ser corrigido imediatamente. Estamos empenhados em saber tudo ao pormenor.” O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses apela aos responsáveis políticos para que a avaliação do que aconteceu seja feita com “calma, serenidade e, acima de tudo, com respeito pelos que morreram naquela catástrofe”. 
Questionado sobre se a ministra fez bem em manter-se no cargo, o presidente da Liga dos Bombeiros defende que ainda é cedo para avaliar as responsabilidades políticas. “Se tem consciência de que deve manter-se no cargo porque entende que aquilo que fez foi bem feito… vamos efetivamente analisar e saber se tem ou não razão. Se tiver razão, muito bem. Se não tiver razão, terá de assumir as consequências. Mas não vamos precipitar os acontecimentos.” 

Passos responde à ministra Passos Coelho entrou ontem em confronto com a ministra da Administração Interna. “Não vale a pena vir acenar com caça às bruxas”, afirmou o presidente do PSD. 
Constança Urbano de Sousa admitiu, numa entrevista ao “Diário de Notícias”, tirar “as devidas ilações” se a comissão técnica independente concluir que houve responsabilidades da tutela. A ministra rejeitou, porém, “um processo de caça às bruxas para encontrar culpados”. 
Em resposta, Passos Coelho afirmou que “não vale a pena querer sacudir a água do capote, não vale a pena desdramatizar (…) Sabemos que alguma coisa não funcionou no Estado na resposta que era preciso dar em situações de emergência. Quem tem cargos públicos tem de estar sempre disponível para servir, mas também para assumir responsabilidade pela resposta que tem de ser dada”.
Pedro Passos Coelho garantiu que “o dia de assumir responsabilidades chegará”, porque “hoje sabemos que algo não correu bem para acontecer o que aconteceu”. OPSD avançou com a proposta para a criação de uma comissão técnica independente e conta com o apoio dos socialistas. O assunto deverá ser abordado na próxima conferência de líderes parlamentares. 

COMISSÃO É UM ABSURDO A criação desta comissão independente foi duramente criticada pelo ex-líder do PSD Marques Mendes. “Acho isto um absurdo. Nunca aconteceu no passado”, disse Marques Mendes no seu comentário na SIC. O ex-presidente do PSD defendeu que cabe ao governo nomear uma comissão para apurar o que aconteceu nesta tragédia. Marques Mendes considerou ainda que, se vier a provar-se que houve falhas no combate ao incêndio, será “impossível não haver a demissão de alguém, seja no plano do governo, seja no plano dos serviços”.