Há quase dois meses que a Venezuela protesta na rua contra o governo de Nicolás Maduro. E como normalmente acontece com os regimes que o Partido Comunista Português diz serem uma democracia, mais de 2500 pessoas foram já detidas e perto de 50 perderam a vida.
Este é o regime que Chávez impôs aos venezuelanos; aquele de que Sócrates se orgulhava e que Mário Soares elogiava. Lembram-se? Pois. O mundo da política é algo muito relativo. Tão relativo que o PCP, que por cá esconde a sua agenda de controlo das empresas e dos trabalhadores com um discurso de apoio aos pobres, fecha os olhos aos que sofrem naquele país sul-americano.
Enquanto o petróleo se vendia caro, Chávez utilizou as receitas daí provenientes para subir ao poder. E para se manter nele, além de continuar a gastar o que não era seu, mandou calar a imprensa que o criticava e prender os que se lhe opunham. Até que morreu, veio Maduro, o petróleo deixou de ser caro e a miséria instalou-se. Algo óbvio e para cujas consequências aqueles que foram silenciados avisaram.
O que se passa na Venezuela não é apenas o fim de linha de um regime, é o preço da ilusão que se vende como se fosse de borla. Sem reformas e sem uma política séria, demagogos destruíram um país e a vida daqueles que nele vivem. Reconstruí-lo depois de Maduro não vai ser fácil. Esperemos apenas que, no meio do sofrimento, a maioria não se esqueça onde e quando começou o erro.
Advogado, Escreve à quinta-feira