França. Governo para todos os gostos

França. Governo para todos os gostos


Governo segue as duas máximas de Macron: está entre o centro-esquerda e centro-direita e tem paridade absoluta entre homens e mulheres. 


Está nomeado o novo governo francês, liderado, como foi anunciado na segunda-feira, pelo primeiro-ministro do centro-direita Edouard Philippe. Seguindo a promessa de campanha de Emmanuel Macron, o executivo atinge a paridade total de género: nove ministros homens, nove ministros mulheres e dois secretários de Estado de cada sexo. No entanto, todos os ministros de Estado são homens.

O novo governo está também em linha com a máxima fundamental de Macron, que diz não ser de esquerda nem de direita. Pelo menos até um certo ponto: o centro político. O novo executivo tem ministros socialistas, gaulistas e do partido de centro-direita MoDem, chefiado por François Bayrou, que, depois de já ter sido duas vezes ministro, fica agora com a pasta da Justiça.

Dois nomes importantes, de um e do outro lado do centro francês, ocupam o pilar central do executivo: Bruno Le Maire, um dos mais importantes aliados de Macron e membro do partido gaulista, será ministro da Economia; e Jean-Yves Le Drian, do Partido Socialista, ocupará o ministério dos Negócios Estrangeiros, que, calculava-se até esta quarta-feira, seria atribuído a Sylvie Goulard.

A Goulard, que é eurodeputada e foi conselheira do antigo presidente da Comissão Europeia Romano Prodi, foi-lhe atribuída esta quarta-feira a pasta da Defesa. Como Bayrou, pertence ao MoDem, com quem Macron firmou um acordo de aliança para as importantes eleições legislativas de 11 e 18 de junho.

O novo governo tem nomes da nova geração política francesa, como o novo ministro das Finanças (que oficialmente se chamará da Ação e das Contas Públicas), Gérald Darmanin, que ainda não tem 35 anos – vai fazê-los em outubro e é também do Les Républicains. Do outro lado do espetro está Gérard Collomb, o segundo e último socialista, presidente da Câmara de Lyon e novo ministro do Interior, com 69 anos.

Um dos nomes que mais sobressai no novo governo francês é o de Nicolas Hulot, ex-jornalista e célebre ativista ambiental que já foi candidato á presidência em 2007 e desde então recusou os convites para entrar nos governos de Sarkozy e Hollande. Será ministro do Ambiente, ou, na sua nomenclatura oficial, ministro da Transição Ecológica e Solidária. 

Outras pastas importantes dividem-se por Richard Ferrand, por exemplo, que chegou a ser do Partido Socialista mas entretanto juntou-se ao novo partido de Macron, o La République en Marche, e a quem foi atribuída a pasta de Coesão dos Territórios: A Agnès Buzyn cabe o cargo de ministra da Saúde; Françoise Nyssen fica com a Cultura; Muriel Pénicaud será ministro do Trabalho; Jean-Michel Blanquer ficará com a pasta de Educação; Jacques Mézard, a Agricultura; Frédérique Vidal consegue o Ensino Superior e Inovação; Annick Girardin tem a pasta dos territórios ultramarinos; e Laura Flessel, que foi campeã olímpica de esgrima, fica com o Desperto.