Casal que tinha plantação de canábis em casa fica em prisão efetiva

Casal que tinha plantação de canábis em casa fica em prisão efetiva


Droga apreendida era suficiente para preparar mais de 27 mil doses


O Tribunal de Aveiro condenou, esta terça-feira, a cinco anos de prisão efetiva, o casal de 34 e de 55 anos que confessou ter uma plantação de canábis em casa, na Anadia, mas que alegou, inicialmente, que se tratava de açafrão.

A juíza presidente, durante a leitura do acórdão, disse que ficou provada “a generalidade” da matéria de facto que constatava a acusação.

A magistrada explicou ainda que o tribunal optou por não suspender a pena do casal, por se tratarem de factos muito graves e a comunidade “não compreenderia que um tipo de conduta deste tipo não fosse púnida com uma pena de prisão efetiva”.

Um agricultor de 71 anos, que terá ajudado o casal a plantar canábis, foi também condenado a um ano e meio de prisão, com pena suspensa, por cumplicidade no tráfico de droga.

No entanto, quando terminada a audiência, o advogado do casal terá considerado a pena “pesada” e admitiu que vai recorrer do acórdão.

"Eles não são nenhuns profissionais do crime. Eu estou convencido que eles numa fase inicial não sabiam que era droga. Vieram a saber 'a posteriori'", adiantou o advogado, António Ventura Marques.

O casal era acusado de ter plantado, nos seus terrenos, cerca de dois mil pés de canábis, por duas vezes, em 2015 e 2016 e, durante o julgamento, ambos admitiram os factos, mas alegaram que não sabiam que as plantas eram de canábis.

"É verdade que fizemos a plantação, mas não foi nada planeado", disse a mulher, adiantando ainda que na primeira vez foram enganados por um cunhado, que lhes terá pedido um terreno para plantar açafrão.

Perante o julgamento, a arguida adiantou que tudo se descobriu após um ‘vendaval’, a estufa terá caído para o terreno de um vizinho e o cunhado ficou muito 'aflito'.

"Ficámos de boca aberta. Sabia que era ilegal, mas nunca pensei que fosse um crime tão grande", afirmou a mulher.

De acordo com o Ministério Público, os arguidos dedicavam-se ao cultivo de canábis, assim como a sua preparação e tratamento, incluindo o embalamento e pesagem para a distribuição e venda a terceiros.

A droga que foi apreendida era suficiente para preparar mais de 27 mil doses e tinha um valor de mercado que rondava os 177 mil euros.