Lava Jato. Lula nega ter recebido apartamento de luxo

Lava Jato. Lula nega ter recebido apartamento de luxo


Ex-presidente brasileiro foi interrogado durante cinco horas e considera estar a ser vítima de “perseguição política”


Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, negou esta quarta-feira ter recebido um apartamento de luxo da empreiteira OAS para favorecer interesses ilícitos da construtora em contratos com a Petrobras, durante um interrogatório em Curitiba que durou cerca de cinco horas, presidido pelo juiz Sérgio Moro, que trata dos processos da Operação Lava Jato em primeira instância.

Presente pela primeira vez perante a Justiça federal brasileira, Lula da Silva é acusado pelos investigadores do Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido 3,7 milhões de reais (cerca de 1,07 milhões de euros) pela propriedade e por reformas executadas num apartamento de luxo na cidade do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo. A defesa do antigo chefe de Estado do Brasil, por seu lado, alega que o apartamento não é de Lula e que este tinha apenas uma opção de compra de uma propriedade no mesmo prédio que é da empreiteira OAS, mas que decidiu não levar a mesma avante. "Eu não solicitei, não recebi, não paguei nenhum triplex", garantiu Lula.

Esta é ainda a fase inicial do processo, não havendo prazo definido para a decisão final do juiz Sérgio Moro.

O dia acabou por ficar marcado por várias manifestações na cidade de Curitiba a favor e contra o ex-presidente brasileiro, que logo a seguir ao interrogatório compareceu a uma iniciativa organizada pelos seus eleitores em sua defesa, considerando estar a ser alvo de "perseguição política" e prometendo candidatar-se novamente à Presidência do Brasil nas próximas eleições, em 2018. "Estou vivo e preparo-me para voltar a ser candidato à Presidência deste país. Eu nunca tive tanta vontade como tenho agora. Vontade de fazer mais, vontade de fazer melhor e provar mais uma vez que se a elite brasileira não tem competência para consertar este país um metalúrgico vai provar que é possível", referiu.