Criança assustava-se com padres que rezavam junto à cama de Jacinta

Criança assustava-se com padres que rezavam junto à cama de Jacinta


Doente dormia na cama onde Jacinta morreu


Em 1940, Manuel Tavares foi internado, com quatro anos, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, na cama onde Jacinta morreu, confessando à agência Lusa que se assustava com os padres que iam para ali rezar.

No dia 24 de dezembro de 1940, deu entrada no hospital sendo-lhe atribuída a cama 38. No entanto, como era demasiado pequeno para perceber o significado daquele número, assustava-se permanentemente com os padres que se ajoelhavam em frente à cama a rezar.

"Durante os 13 anos em que permaneci no Hospital Dona Estefânia fui-me apercebendo que ali tinha acontecido alguma coisa. Mas não sabia o que era", recorda Manuel, agora com 81 anos, à agência Lusa. A cama 38 tinha sido aquela onde Jacinta morreu, sendo um local de culto para os crentes.

Quatro anos após o internamento de Manuel, "começou a aparecer todos os domingos um padre” ao qual era chamado de ‘padre mudo’, pois nunca conversava com ninguém, limitando-se a rezar e ir embora. Mais tarde, soube-se que se tratava do padre Cruz, aquele que deu a primeira comunhão a Lúcia, um dos pastorinhos que terão testemunhado as aparições em Fátima.

Manuel ganhou a alcunha de ‘bebé chorão’ porque ficava perturbado quando alguém chegava ao hospital para rezar. Acabou por mudar de cama e só em adulto, “por acaso”, em visita a um museu em Fátima, é que se apercebeu de que tinha estado hospitalizado na cama onde Jacinta tinha morrido.