A minha mãe foi mãe de seis filhos, sou o mais velho. Primeiro foi ajudante de enfermagem e, depois, enfermeira no IPO. Esse lado fez com que todos, às vezes, gostássemos de fazer uma ferida ou cair para precisar de um curativo, porque também tratava muito bem de nós nesse aspeto. Era sempre um momento especial quando vinha pôr o adesivo. Dizem que tenho um feitio muito parecido com o que a minha mãe tinha. Era uma mulher de armas, trabalhou, tomou conta de seis filhos, andava sempre a correr de um lado para o outro. Como todas as mulheres – e isso não é sexismo –, gostava muito de fazer compras e de fazer obras em casa. Quase todos os verões fazia obras em casa. Era uma mãe terna, carinhosa, transmitiu-nos muito bem a importância dos valores de família. Sofria com os nossos erros e asneiras, mas acima de tudo era mãe, e mãe é mãe. Eu sou pai, mas digo sempre isso aos meus filhos e aos meus netos: mãe é mãe. É a tal palavra: mãe é a maior que o mundo tem porque não há nada como a mãe.
![Santana Lopes. “Era uma mulher de armas”](https://ionline.sapo.pt/wp-content/uploads/2023/06/i201757583055.png)
Santana Lopes. “Era uma mulher de armas”
Não tenho a minha mãe neste mundo desde 23 de março de 1999. Se estivesse cá, teria feito 84 anos em abril.