O infortúnio de uns pode ser a sorte de outros. Em Barcelos, para as eleições autárquicas deste ano, a concretizar a 1 de outubro, parece ser essa a sina.
Num município que foi, em tempos, um bastião autárquico do Partido Social Democrata, Barcelos é governada há oito anos pelo Partido Socialista.
No entanto, com o deputado do PS, Domingos Pereira, a candidatar-se este ano como independente contra o seu próprio partido, e sendo este vice-presidente de câmara atualmente, o eleitorado socialista encontrará dificuldades em centrar-se num só candidato.
É que se a comissão política nacional do PS seguiu o determinado em moção de congresso, recandidatando o presidente de câmara em exercício, Domingos Pereira não abdica de evocar o apoio que a concelhia local pretendia oferecer-lhe e será candidato como independente contra o homem que já foi seu presidente.
É neste sentido que surgem as preocupações eleitorais do Partido Socialista em relação a Barcelos.
Com o seu eleitorado dividido e o PSD com um candidato consumado, Mário Constantino, os sociais-democratas renovam ambições de reconquistar a autarquia.
Constantino, académico de profissão, será apoiado também pelo CDS-PP, em coligação com os laranjas, tendo já desempenhado as funções de vereador na Câmara de Barcelos e sendo hoje deputado na Assembleia Municipal local.
Embora Mário Constantino ainda não tenha marcada a apresentação pública da sua candidatura, o autarca já veio garantir que que o projeto que encabeça “está aberto à participação de todos os que queiram dar contributos para que Barcelos deixe de ter uma Câmara de intrigas e golpes palacianos e passe a ter uma Casa Municipal ao serviço de todos os munícipes”.
Ao i, recusou comentar qualquer alusão ao tremor interno no adversário. “O que se passa nos outros partidos não me preocupa”.