Francisco George. “Não é aceitável que o dever que o pai e mãe têm de proteger a criança não seja observado”

Francisco George. “Não é aceitável que o dever que o pai e mãe têm de proteger a criança não seja observado”


A DGS atualizou esta tarde o balanço do surto de sarampo. Diretor geral da Saúde lamenta “moda bizarra ao estilo hippie” de não vacinar as crianças


Estão confirmados 25 casos de sarampo no país, 64% (16 casos) em maiores de 18 anos e 60% em pessoas não vacinadas. O diretor geral da Saúde salientou esta tarde no parlamento que se trata de um padrão “diferente do habitual”, uma vez que a população mais jovem tem uma elevada cobertura vacinal.

“O sarampo não tem condições para se propagar facilmente pois a grande maioria das crianças está imunizada”, reiterou o responsável, sublinhando que a atividade epidémica no país não é comparável à de outros países mediterrânicos. Em Itália, estão registados mais de 1600 casos.

“Estamos perante uma atividade epidémica que atinge sobretudo não vacinados, maiores de 15 anos e uma exposição comprovada de caráter nosocomial”, diz George, isto porque muitos contágios têm acontecido em meio hospitalar. Por exemplo em Portugal, metade dos casos são em profissionais de saúde.

George disse que o regresso do sarampo era expectável na Europa dado o número de famílias desprotegias, quer população de etnia cigana quer pela “moda bizarra ao estilo hippie de não vacinar crianças”.

“Não é tolerável que mães possam dispor do destino dos seus filhos ao recusarem um direito que a criança tem de ser protegida”, disse George, sublinhando que mais do que uma obrigatoriedade, “há um dever social que o pai e a mãe tem de proteger os filhos”.

“Não é aceitável que o dever que o pai e mãe têm de proteger a criança não seja observado”

George defendeu mesmo que devia haver uma legislação coerente no sentido de os pais terem o dever de proteger os filhos à luz das melhores práticas de puericultura, não só na vacinação como na proteção da exposição solar ou de acidentes.