Ministério da Educação reduz dois alunos por turma no próximo ano letivo

Ministério da Educação reduz dois alunos por turma no próximo ano letivo


Redução acontece apenas nas mil escolas sinalizadas com altas taxas de insucesso e abandono escolar.


Em setembro as turmas do básico e secundário vão encolher em dois alunos. Mas esta é uma regra que não se aplica em todas as turmas. Tal como o i já tinha avançado, a redução de alunos por turma só vai ser aplicada nas mil escolas sinalizadas com altas taxas de insucesso e abandono escolar precoce, as chamadas escolas de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), e em anos de início de ciclo (1.º, 5.º, 7.º e 10.º anos de escolaridade).

Desta forma, de acordo com o despacho normativo ontem publicado em “Diário da República” e que fixa as regras das matrículas, no próximo ano letivo as turmas de 1.º ano passam a ter no máximo 24 alunos. Nos 5.º e 7.º anos de escolaridade as turmas passarão a ser formadas por um número mínimo de 24 alunos e um máximo de 28. No 10.º ano “o número mínimo para abertura de uma turma é de 24 alunos e o de uma disciplina de opção é de 20 alunos, sendo o número máximo de 28 alunos”, lê-se no despacho.

São menos dois alunos por turma face ao estipulado em 2012 pelo ex-ministro Nuno Crato. Nessa altura, o número máximo de alunos por turma entre o 5.º e o 12.º anos de escolaridade era de 30 estudantes sendo o mínimo de 26. No 1º ciclo as turmas eram constituídas por 26 alunos.

Em comunicado, o Ministério da Educação diz que com esta medida será possível “combater o insucesso escolar, mas também fortalecer o processo de ensino-aprendizagem”, favorecendo “o trabalho desenvolvido pelos docentes em contexto de sala de aula”.

 

Medidas em debate

A redução de alunos por turma é das medidas que constam do programa de governo e foi uma das primeiras aprovadas pelo parlamento quando tomou posse. As propostas do BE, PCP e Verdes foram aprovadas a 7 de abril de 2016 mas até à data não foram aplicadas, estando em curso no parlamento um debate sobre a medida, através de um grupo de trabalho.

Por isso, no próximo ano é possível que sejam definidos novos limites de alunos por turma. Até porque, apesar de considerarem a medida “positiva”, fica aquém das expectativas dos partidos que apoiam o governo.

As propostas aprovadas pela esquerda preveem uma redução mais acentuada no número de alunos por turma, entre os 19 alunos para o 1.º ciclo e os 22 alunos para o secundário. Caso a medida fosse aplicada com estes limites de alunos por turma em todas as escolas, teria um impacto de 750 milhões de euros por ano, segundo as contas do ex-ministro da Educação, David Justino.