Islândia. Parlamento propõe multar empresas que paguem mais aos homens do que às mulheres

Islândia. Parlamento propõe multar empresas que paguem mais aos homens do que às mulheres


Proposta de lei está a ser discutida na assembleia islandesa e aponta à igualdade salarial


O parlamento da Islândia está a discutir, desde terça-feira, uma proposta de lei orientada para a  igualdade salarial entre homens e mulheres. A legislação em debate exige que as empresas públicas e privadas islandesas comprovem que pagam o mesmo a mulheres e homens, sob pena de serem multadas pelo Estado.

“No que toca às declarações financeiras anuais [das empresas], são aplicadas multas quando certos documentos não são entregues, e o mesmo poderá acontecer se a igualdade de remuneração não for implementada, uma vez que passará a ser uma obrigação”, explicou Thorsteinn Viglundsson, ministro dos Assuntos Sociais e Igualdade da Islândia, citado pelo “The Guardian”.

A Islândia até lidera o Índice Global de Diferenças de Género, de 2016, do Fórum Económico Mundial, mas o governo não se dá por satisfeito e quer tornar-se no primeiro país do mundo a lograr a igualdade de remuneração. Mesmo que tenha de obrigar as empresas a fazê-lo.

“Infelizmente, a diferença salarial de género é uma realidade no mercado de trabalho islandês e está na altura de tomar medidas radicais. Temos o conhecimento e os procedimentos para eliminá-la”, afirmou o Viglundsson.

A proposta de lei é apoiada pela coligação governamental do país e por grande parte da oposição, num parlamento que é composto por quase 50% de mulheres. De acordo com o ministro, o documento pressupõe que as empresas com mais de 25 trabalhadores sejam alvo de inspeções periódicas, de forma a obterem uma certificação legal, que comprove a implementação de programas de igualdade de pagamento a homens e mulheres.

O texto continuará a ser objeto de discussão e, caso venha a ser aprovado, entrará em vigor em janeiro de 2018.