A associação ambientalista Zero considera "altamente questionável" o cumprimento das metas de reciclagem se o governo não seguir uma "alteração radical" de políticas e medidas.
A ZERO fez uma análise pormenorizada aos dados disponibilizados pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente, referentes a 2015. Os materiais reciclados, no lixo urbano, correspondem a cerca de 74%, abrangendo orgânicos e materiais como vidro, papel e cartão, metais e plásticos. Perante este número “são inequívocas as evidências de que a meta de 36% prevista para 2016 e a meta de 50% para 2020 já estão praticamente fora do alcance”, pode ler-se num comunicado da associação.
Apesar do alarme, a Zero acredita que ainda é possível cumprir as metas para 202.0. No entanto, para isso ser possível, é necessário uma alteração de conduta do governo e aproveita o momento para sugerir algumas das alterações que poderiam dar resultados. Assim, apontam a recolha porta-a-porta como medida a seguir por mais cidades, assim como a colocação de ecopontos em áreas rurais onde a acessibilidade à recolha seletiva é menor e a instalação de pequenas centrais de compostagem.
A Zero elaborou um barómetro da reciclagem e entre os sistemas de gestão de resíduos urbanos com mau desempenho aponta os exemplos da Ambisousa (apenas 8% de encaminhamento para reciclagem), Valorminho (11%), refere a surpresa dos valores encontrados para a Valorsul (19%), Amarsul (20%) ou Resinorte (23%) e destaca pela positiva a Valnor (78% de encaminhamento para reciclagem) ou a Resíduos do Nordeste (68%).