Estalou uma guerra de que ninguém estava à espera no PS de Braga. Até agora, foram poucos os dramas na família socialista na preparação das autárquicas, mas há pontos problemáticos que ainda podem causar dissabores nas eleições de 1 de outubro.
Os conflitos em Braga, o mal-estar de alguns setores socialistas no Porto em relação a Rui Moreira, a candidatura independente do deputado socialista Domingos Pereira em Barcelos e a ausência de candidato a Aveiro são alguns dos dossiês mais sensíveis que a coordenadora autárquica Ana Catarina Mendes terá de gerir nos próximos meses.
A maior parte deles já estava na lista de tarefas de Ana Catarina Mendes, mas o caso de Braga apanhou todos desprevenidos.
A guerra estalou com uma entrevista do candidato do PS à Câmara de Braga ao Expresso, na qual Miguel Corais ataca o legado de quase quatro décadas de Mesquita Machado. «A maioria dos bracarenses não mudou de cor, estava era sedento de mudança depois do desgaste e erros de percurso da gestão de Mesquita Machado», atacou Corais.
«Foi virar o canhão contra a casa dele», critica um dirigente socialista, justificando assim a forte reação do vereador na Câmara de Braga e secretário nacional para a organização do PS, Hugo Pires, que atacou no Facebook a «mediocridade das ideias, a pequenez de espírito e a falta de elevação moral» de Miguel Corais.
Este pode ter sido só um primeiro episódio de uma guerra que deve ensombrar a campanha em Braga, porque «quem não se sente não é filho de boa gente» – como ataca um socialista bracarense.
À superfície, o clima é bem mais calmo no Porto, mas o SOL sabe que continua a haver focos de resistência do PS ao independente Rui Moreira e também isso pode vir a manchar a campanha.
Além disso, está por escolher o candidato à Câmara de Aveiro, depois de Gil Nadais ter recusado o convite do PS.
Os casos não são muitos, mas ainda podem dar algumas dores de cabeça a Ana Catarina Mendes.