Sentença: “Carlos, o chacal” foi condenado à terceira prisão perpétua

Sentença: “Carlos, o chacal” foi condenado à terceira prisão perpétua


A sentença reporta-se a um atentado feito em 1974 no centro de Paris e só agora julgado 


Enquanto combatia, o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como “Carlos” e imortalizado na imprensa e na ficção como “o Chacal”, parecia ter sete vidas. Agora vai precisar delas todas para conseguir cumprir todas as penas de prisão a que está condenado. A justiça francesa acabou de lhe dar mais uma sentença de prisão perpétua, a terceira desde que está preso em Paris. 
Depois de várias fugas pelo mundo, um dos mais conhecidos combatentes da guerra nas sombras e do terrorismo dos anos 80 e 90, responsável, entre outros atos, pelo sequestro dos ministros da OPEP (Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo), em 1975, em Viana, reagiu com frieza à sentença. Vestido de negro, o homem, agora com 67 anos, declarou: “é totalmente absurdo fazer um julgamento 43 anos depois [do acontecido]” e qualificou todo o processo de “irregular”.
Numa das poucas declarações que os juízes lhe conseguiram arrancar, afirmou, que sobre o atentado a tiros de metralhadora na zona de Saint German, que   matou duas pessoas e deixou feridas outras dezenas, “pode ser que tenha sido Carlos, pode ser que tenha sido eu, mas não há prova nenhuma disso”. A própria acusação reconhece que não há provas do seu envolvimento. Já o próprio recusou-se a prestar declarações afirmando que estava muito velho para se tornar “bufo”, muito menos “converter-se num informador contra si próprio”.
Para conseguir condenar Carlos por este atentado a justiça francesa fez cair a prescrição do crime, ocorrida 10 anos depois dos factos, dizendo que essa prescrição foi interrompida pela investigação de outros casos, que no entender das autoridades estão ligados ao atentado em questão.
Recorde-se que a polícia e as autoridades francesas têm velhas contas a liquidar com o guerrilheiro venezuelano: uma vez quando no tentaram prender, conseguiu liquidar três polícias antiterroristas, no centro de Paris, e fugir.