Vítor Matos, 43 anos, jornalista, é um dos portugueses que melhor conhece Marcelo. “Estudou-o” durante cinco longos anos para a biografia que publicou em 2012, intitulada simplesmente “Marcelo Rebelo de Sousa”. Passou mais de 80 horas a falar com o agora Presidente da República, com os seus amigos, família, inimigos, adversários, aliados. No dia em que Marcelo completa um ano de mandato, o i quis saber que avaliação o especialista em “marcelogia” – de quem Marcelo já disse ser “um grande chato” – pensa deste primeiro ano de Presidência.
O Presidente já disse uma vez “aquele Vítor Matos é um grande chato”…
Isso foi porque durante a campanha eu lhe fiz uma entrevista e insisti muito em perguntas a que ele fugia, não queria responder. E ele saiu da entrevista e a TVI estava a fazer uma reportagem de bastidores. Chegou ao carro, não se lembrou que estava a ser filmado e é captado pela câmara a dizer: “Aquele Vítor Matos é um chato, é todo Maria de Belém”. Não sei onde é que ele foi buscar isso. Acho que insisti um bocado na agressividade que ele teve no debate com Maria de Belém, Marcelo foi muito agressivo com ela e ela não era a ‘challenger’. Depois disto diz: “Não, ele é todo Jorge Coelho”. Essa ainda hoje estou para perceber. Mas tendo em conta que escrevi a biografia de Marcelo se ele chegasse lá e dissesse ‘aquele Vítor Matos fez-me uma entrevista fantástica e é mesmo simpático’ tinha-me deixado bastante mais preocupado (risos).
Acha que Marcelo não gostou da biografia?
Não sei, nunca soube o que ele pensava. Mas acho que ninguém gosta muito de se sentir observado. Sei mais sobre ele do que a média das pessoas.
Este Marcelo Presidente da República é o Marcelo que estava à espera?
Em muitas coisas sim. Mas uma das marcas da presidência dele é a questão dos afetos. Eu retratei sempre Marcelo Rebelo de Sousa como uma pessoa racional, fria, distante. Andei muito tempo a estudá-lo, a falar com pessoas. Não tinha antes uma relação com ele. Não o conhecia para fazer eu uma avaliação pessoal, mas achava que ele era uma pessoa que pensava os sentimentos. Mais do que sentir, ele pensava os sentimentos que achava serem os corretos em determinadas circunstâncias. Posso estar completamente errado nisto. Continuo a achar que ele é uma pessoa absolutamente racional, fria. Mas acho que na questão dos afetos, Marcelo é assim, genuinamente, com as pessoas mais fracas, com os desprotegidos, com os deserdados. Isso é todo o lado católico de Marcelo. Marcelo, Guterres, eles são assim. Isto é o Marcelo a desempenhar uma missão. Ele disse-me, numa das últimas entrevistas, que só se candidatava se sentisse um chamamento divino. Ele acredita na Providência divina e achava que Deus tinha que lhe enviar um sinal muito forte para se candidatar, da mesma maneira que lhe tinha enviado antes sinais muito fortes para não fazer certas coisas. Acho que esta coisa dos afetos e da relação que ele tem com o povo – para além de politicamente criar um laço, uma proximidade do poder político, da instituição com o povo… Acho que para além disso tem o lado do católico que quer chegar aos mais fracos. Ele não anda aos beijinhos e aos abraços com o pessoal da Lapa e da Estrela. Não é por acaso que ele, no dia em que faz um ano como Presidente da República, vai distribuir a revista “Cais”. Não é por acaso que quando se fala de eutanásia, ele lembra que é voluntário em equipas de cuidados paliativos.
Portanto, o Marcelo católico praticante está presente nesta Presidência?
Acho que é o traço fundamental da Presidência e da relação dele com as pessoas. Aquele abraço que ele dá ao homem da Madeira que perdeu tudo no fogo não é a mesma coisa que o Paulo Portas andar a beijar peixeiras. Há outra motivação por trás daquilo. Não se leva muito a sério Marcelo – ou seja, há muitas coisas que ele faz que não são levadas a sério. Mas acho que isto é para levar a sério: tem tudo a ver com o lado católico dele, católico pós-concílio Vaticano II, em que o dever de um católico é intervir no mundo e melhorar o mundo. Esta coisa toda do Guterres chegar a secretário-geral das Nações Unidas ao mesmo tempo que Marcelo é Presidente da República é muito interessante e tem tudo a ver uma coisa com a outra.
Portanto, o presente do mundo e do país foi ali planeado na Igreja da Luz [onde reunia o grupo católico a que pertenciam Marcelo e Guterres].
Isso é muito interessante. É uma coisa única no mundo um Presidente da República de um país ir discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas dando a entender que o novo secretário-geral da ONU era o seu melhor amigo de juventude! Os dois de um pequeno país… eles desde a juventude tinham objetivos de poder. Aquele grupo tinha um objetivo. Carlos Santos Ferreira, que também fazia parte do grupo e chegou a presidente da Caixa Geral de Depósitos e do BCP dizia: “Temos que estar juntos das alavancas do poder”. E o trabalho deles ainda antes do 25 de abril já era estar junto das alavancas do poder. No caso de Marcelo, numa tendência cada vez mais distanciada do marcelismo, embora ainda não totalmente divorciada. Eles queriam influenciar o poder como católicos.
Não estava à espera que “os afetos” fossem tão marcantes na Presidência?
Não pensei que fosse levado a este ponto. É claro que Marcelo disse logo na campanha que queria estar próximo das pessoas mas acho que ele próprio não previu tornar-se um Presidente pop star. Há um efeito pop star: as pessoas querem ver a estrela.
O povo neste momento está mais ou menos apaixonado por Marcelo…
Vamos ver como isto vai acabar. Para já, continua a ser beijinhos e banhos de multidão. O outro lado que é surpreendente nele, que surpreende principalmente quem o elegeu, a direita, é a coabitação com a geringonça.
Os beijinhos e abraços a António Costa em permanência, que têm sido muito difíceis de encarar pela sua família política… É verdade que há um lado institucional nisto, mas até que ponto Marcelo gosta de provocar Passos Coelho?
Há aqui duas coisas. Marcelo adapta-se sempre às circunstâncias. Não é um rígido como Cavaco. Vai-se adaptar sempre às circunstâncias independentemente de quais forem. Na coabitação com António Costa ele faz uma coisa que um Presidente de esquerda não podia fazer. Ao legitimar e “ajudar”, faz isto enquanto Presidente de direita. Se fosse um Presidente de esquerda a fazer isto, pareceria que vivíamos num Estado monolítico. Um Presidente de esquerda, se calhar, teria a necessidade de se distanciar um bocado mais. Acho que ele faz isto para dizer: ‘Eu criei todas as condições para que isto corresse bem. Se correr mal, o problema é vosso. O Presidente só ajudou. Não podem dizer que alguma vez o Presidente criou algum problema à governação’. Tirando o caso Centeno, porque poderia ter feito com que ele caísse na hora (risos).
Mas não anda a provocar Passos Coelho?
Passos Coelho foi fundamental para que Marcelo avançasse para a liderança do PSD. Se calhar as pessoas não têm a noção disso.
Não se lembram de todo disso.
Passos Coelho foi fundamental, foi ele que o motivou a avançar, foi ele que escreveu a pré-moção de estratégia para o congresso, foi Passos que o apresentou ao Marques Mendes, porque eles conheciam-se mal, e os aproximou. E depois chatearam-se logo no Congresso de Santa Maria da Feira porque Marcelo fez as listas à maneira dele, meteu Passos num lugar de quinta linha na lista do Conselho Nacional, não o levou para a direção nem nada. Ele ficou um bocado aborrecido e acho que nem ficou no Congresso até ao fim. Passos depois veio a ser porta-voz do grupo parlamentar do PSD… Mas o próprio Passos Coelho nunca levou até ao fim o apoio a um líder, nem ao próprio Marques Mendes de quem era amigo. Passos também é uma figura especial nesse aspeto. Mas há uma questão de personalidades. Passos Coelho claramente não confia em Marcelo Rebelo de Sousa – e poderá ter algumas razões do passado.
Aliás, Passos Coelho não queria que Marcelo fosse candidato presidencial…
A história do catavento mediático [Passos apresentou uma moção a um congresso onde disse que nas presidenciais o PSD não devia apoiar ‘um catavento mediático] era dirigida a Marcelo, por muito que Passos negue. Agora, quando Marcelo faz aquela provocação, de ir ao Coliseu ao Congresso do PSD, onde faz um discurso brilhante, apelativo e emotivo e tem o partido aos seus pés… Passos Coelho não tem hipótese.
Mesmo assim apoia-o com grande distanciamento…
Também há uma má relação nos dois sentidos. O PSD nunca aproveita o que o Presidente diz. Não me lembro de uma única vez de Passos ou alguém da direção do PSD vir chamar a atenção do governo pegando em algum pequeno aviso que volta e meia o Presidente faz.
Mas isto só pode melhorar as hipóteses de Marcelo para a reeleição. A direita não tem outro candidato e grande parte da esquerda está aos seus pés, o que também é paradoxal..
Nas últimas conversas que tive com Marcelo para a biografia, ele dizia que tinha só 20% de hipóteses de avançar para a Presidência. Isto em finais de 2012. E dizia que “se for, será só cinco anos. Acho que só devia haver um mandato de sete anos”, porque a pessoa ficava muito cansada e a idade poderia também retirar energias. Agora já diz que até 2020 é que vai tomar a decisão…
Já tomou?
Provavelmente já decidiu. Acho que isto está a saber-lhe muito bem.
Que diferenças encontra entre o Marcelo líder do PSD e o Marcelo que é Presidente da República? Marcelo líder do PSD não era tão afetuoso…
A primeira diferença é o mediatismo. Hoje já não nos lembramos, mas naquela altura Marcelo não tinha jeito para falar na televisão. Ele é líder antes de ser comentador de TV. Ficava nervosíssimo, não sabia para onde havia de olhar, falava num tom professoral, ou às vezes alto demais e era demasiado agressivo… Não tinha jeito nenhum para aquilo. Na época não existia o hipermediático prof. Marcelo. É uma personagem que nós só conhecemos depois. Hoje em dia domina por completo todas as técnicas e está completamente à-vontade. Tem uma aceitação por parte das pessoas que na altura não tinha, porque não entrava em casa das pessoas todos os fins de semana. Não fazia parte da família. Marcelo é hoje uma pop star que não era na altura. Era muito conhecido nas elites mas não era popular.
E mesmo para algumas elites era “o marcelete”…
Sim, era “o marcelete” que só fazia disparates e traquinices. Mas a outra grande diferença entre Marcelo líder do PSD e Presidente é o exercício do poder. No primeiro caso, temos o “challenger” que sabe que não vai chegar lá, porque tem o Guterres em permanente estado de graça. Tem o partido no refluxo do pós-cavaquismo. Mas conseguiu vitórias. As pessoas dizem que foi uma liderança falhada, mas não é verdade. Ele é o líder da oposição com melhores resultados enquanto líder da oposição. Todos os líderes da oposição costumam ser classificados “de bestas para baixo” e só raramente conseguem chegar a primeiros-ministros se tiverem uma longa liderança. É um cargo que desgasta muito e Marcelo quando esteve na oposição teve ganhos significativos, partindo de uma posição fraca, apesar do governo ser minoritário. Como Presidente, tem todas as vantagens do exercício do poder.
Mas Marcelo é tão tático na Presidência como era no PSD?
Marcelo era absolutamente tático como líder da oposição e enredou o PS, António Guterres e aquela gente toda numa trama que, do ponto de vista político, é absolutamente brilhante. Ele agora diz que aprovava os orçamentos, mas não é exatamente assim. Ele colocava condições duras: “Se não fizerem a revisão constitucional eu não aprovo o orçamento, não havendo orçamento não entramos no euro”. E Guterres ia cedendo, como fez no referendo à regionalização e no referendo ao aborto. Ele ganhou muitas coisas através dessas manobras táticas. Como Presidente, isso é a História que vai dizer. Só iremos saber se Marcelo está a ser muito ou pouco tático quando se conhecerem os bastidores desta época.
Sabemos que Marcelo tem uma boa relação com Costa e não tem com Passos. Mas também lhe convém que as coisas corram bem…
Em muitos momentos, Marcelo é a quarta perna da geringonça.
E isso a direita não perdoa…
Mas acho que ele é genuíno nisso. Se houvesse um governo de direita, a atitude dele seria igual. Ele quer verdadeiramente que as coisas corram bem porque é um institucionalista. Marcelo tem o lado da traquinice e do disparate mas também tem um lado institucional muito forte. E ele essa parte ele leva muito a sério, embora com aquela capa de loucura que não se conhece em mais nenhum político português. Acho que ele verdadeiramente quer que isto corra bem para o país. Não é para a esquerda. Agora, ele às vezes leva isto a um exagero que não cria um distanciamento saudável entre o governo e o Presidente.
Acha que ele exagera?
Exagerou claramente quando na entrevista quase anunciou que o défice ia ficar abaixo do que o governo previa. Quando, contra as regras, antecipa que o rating de Portugal vai ficar na mesma. Quando diz coisas sobre a dívida, como se fosse primeiro-ministro, e que ainda por cima não são verdade. O Presidente tem que ser equidistante e ele não está a ser equidistante entre a oposição e o governo.
Isso pode virar-se contra ele?
Em política as carreiras acabam todas mal (risos). Para já, a do prof. Rebelo de Sousa está a correr muito bem. Mas não sabemos como isto vai acabar.
Quais foram os maiores erros deste primeiro ano de Presidência? Aquilo que ele fez a Centeno…
Isso ainda não sabemos se foi um erro. Mas há vários erros. É um erro esta colagem excessiva ao governo. Marcelo pode ajudar o governo sem ser tão excessivo. Ele tem uns tiques populistas e a coisa que lhe saiu pior nesse sentido foi aquele disparate de querer pagar do seu bolso a viagem de Falcon para ver a Seleção. Foi um péssimo sinal do ponto de vista institucional. E teve uma grande derrota política na questão dos consensos de regime. Tão grande que já acabou com essa conversa.
E em relação a Mário Centeno?
É outro aspeto da presidência de Marcelo. Ele é um Presidente carnívoro. Uma vez, num comentário ele disse que Cavaco era um “Presidente herbívoro” pressupondo que Cavaco não usava os poderes presidenciais. Não comia carne! (risos) Marcelo é carnívoro, faz sangue, morde a carne se for preciso. Há quem o critique por levar longe demais os poderes presidenciais, mas a Constituição é muito flexível.
Acha que é o Presidente mais interventivo de sempre?
Eanes foi o mais interventivo de sempre!
Mas entre os Presidentes eleitos depois da revisão constitucional que retirou os poderes que Eanes tinha…
Diria que no primeiro ano foi o mais interventivo de sempre.
Há mesmo quem o acuse de estar a extravasar os poderes presidenciais.
Ele sabe justificar o que está a fazer do ponto de vista constitucional. Mesmo no caso Centeno, isto não é inédito. Soares não aceitou que Fernando Nogueira fosse vice-primeiro-ministro. Jorge Sampaio fez Guterres demitir Armando Vara. Marcelo não está a fazer muito diferente. Não percebo é que necessidade tinha de fazer aquele comunicado para enfraquecer o ministro daquela maneira! O Presidente põe o ministro claramente sob vigilância e sob condição. Há ali um prazo [dado ao ministro]. Agora, não sei se é combinado, se não é. Mas Marcelo faz uma coisa politicamente assassina e depois daquilo Mário Centeno deveria ter-se demitido. É uma coisa insustentável do ponto de vista político.
Marcelo continua a telefonar a pessoas às três manhã…
Quando era Presidente, Jorge Sampaio começou a dormir com um copo de água ao lado da cama porque, quando Marcelo telefonava às três da manhã, ele precisava de aclarar a voz. Telefonava para o Presidente da República às três da manhã! Imagino agora os líderes partidários e os protagonistas políticos a acordarem de madrugada com os telefonemas do Presidente!
Quando começou a fazer a biografia, tinha encontros periódicos com Marcelo, na sua casa. Como eram? Ele recebia-o com uma grande festa afetuosa?
Não, era absolutamente profissional. Eu tocava à porta, abria-me sempre a porta com o auricular na orelha e o telemóvel na mão. Ainda eu me estava a sentar já me estava a pedir para eu ligar o gravador. Ele tinha umas folhinhas onde tinha umas coisas rabiscadas… E começava logo a falar. Depois eu ia cruzar aquela informação toda e muita batia certo. Outra não, também são confusões de memória normais.
Marcelo programou esta candidatura presidencial ao milímetro, certo?
Ele programa tudo. E às vezes não percebemos isso bem quando olhamos para a maneira como ele faz as coisas na Presidência. Uma das razões por que a vida lhe correu mal politicamente, no passado, é porque ele traça a vida a régua e esquadro e a política tem demasiados imponderáveis para ser tratada a régua e esquadro. O mundo não funciona da maneira racional que ele pensa. Não deve haver pessoa na política que já tem o calendário feito até 2020. O que vai acontecer, o que pode acontecer, os vários cenários, se acontece aquilo acontece isto… É uma coisa matemática! Se não for x é x+1, se não for x é z… Marcelo tem todos os cenários previstos, incluindo coisas que não nos passam pela cabeça porque não temos a informação que ele tem. Ele planeou a vida toda assim.
E a vida acabou por lhe correr bem…
No caso da candidatura, acho que planeou tudo ao milímetro, mas muito sozinho. Apesar da ambição de Marcelo ter sido chegar a primeiro-ministro, ter um cargo executivo, o cargo de Presidente é mais adequado à personalidade dele. Quando estava a acabar a biografia, houve um irmão dele que me dizia assim: “Se calhar é melhor o Marcelo nunca ter sido primeiro-ministro. Poderá vir a ser Presidente, e enquanto Presidente está sozinho, decide sozinho, pensa sozinho. Se fosse primeiro-ministro, ao fim de uns tempos começava a achar que os ministros eram todos uns inúteis e uns incompetentes, começava a concentrar tudo nele e o governo era ele sozinho!”. Portanto, a Presidência é ele e a cabeça dele.
E provou-se que a primeira dama não é uma figura que tenha qualquer interesse neste país. Ninguém sente a falta da primeira-dama.
Do ponto de vista protocolar, sentiu-se durante a visita dos reis de Espanha. Embora ele se desdobre nas coisas da “senhora”, os assuntos mais sociais, lá está o lado católico dele.
Não está à espera que Marcelo ainda venha a casar?
Não. Aquilo tem a ver com uma questão religiosa. Ele nunca anulou o casamento. O divórcio implica a não comunhão. Ele nunca se divorciou. Separou-se e depois ao fim de dois ou três anos de estar separado, a justiça declarou que existia um divórcio. E mesmo nessa altura, e ele já namorava com Rita Amaral Cabral, foi dizer aos juízes que se a mulher quisesse voltava para ela. Do ponto de vista do direito canónico, ele sempre disse que estava disponível para reatar o casamento. Não foi ele que quis o divórcio. E já tinha uma relação na altura.