No final de janeiro, Peter Navarro, conselheiro do presidente norte-americano acusou a Alemanha de "explorar" os principais parceiros comerciais, incluindo os EUA, "com um euro subavaliado", fazendo com que os seus produtos sejam mais competitivos de forma artificial.
Em conferência de imprensa Mario Draghi disse que a "Alemanha não merece ser atacada desta forma, a divisa da Alemanha é o euro e a política monetária é dirigida pelo BCE e o BCE é independente". O líder da instituição disse ainda que o euro "é irrevogável" e "que está para ficar".
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter os juros de referência em mínimos históricos e o programa de estímulos à economia europeia no calendário previsto, numa altura em que o objetivo definido pelo banco central para a inflação se materializa e a pressão para o fim do programa de compra de ativos aumenta.
O conselho de governadores do BCE – constituído pelos 19 governadores dos bancos centrais dos países da zona euro – e ainda seis membros da direção do BCE – decidiu manter a taxa de juro em 0% e o plano de compras de ativos ao ritmo de 60 mil milhões de euros por mês de abril até ao final ano.
O programa de estímulos á economia foi lançado no início de 2015, altura em que a deflação – tendência de descida dos preços e salários – era uma ameaça. Dois anos depois, a maioria dos economistas considera que este risco diminuiu.
De acordo com dados do Eurostat da semana passada, a inflação na zona euro chegou aos 2% em fevereiro, ultrapassando pela primeira vez desde 2013 o objetivo do BCE do indicador chegar “perto, mas abaixo dos 2%”.
Várias vozes se têm levantado na defesa de um aumento das taxas de juro e o fim da compra de ativos, argumentando que estas políticas deixaram de ser precisas e poderão ser prejudiciais caso se mantenham.