Um passado repleto de conquistas e feitos assinaláveis. O que falta, então, para que tudo isto resulte em sucesso desportivo? Antes de mais, falta maturidade e cultura desportiva a uma massa adepta leonina que, neste momento, não sabe ganhar e não sabe perder. Não sabe ganhar porque não ganha (ou ganha pouco) e não sabe perder porque nas derrotas tem alguém a dizer-lhe que há sempre razões obscuras por trás das mesmas.
Os árbitros e o sistema e as nomeações e a comunicação social e os vouchers e os observadores e os dirigentes rivais e… Todas as razões são válidas menos a culpa própria. Porque no Sporting neste momento não se cometem erros. E se não se cometem erros, não há nada a mudar. E se não há nada a mudar, nunca se vai evoluir. Tão simples quanto isto.
O Benfica passou exactamente pelo mesmo na primeira década do século XXI. Todas as derrotas eram culpa de tudo e de todos, menos da estrutura encarnada, que não cometia erros. Era perfeita. E o FC Porto somava títulos atrás de títulos, nacionais e, pasme-se, internacionais, o que dificultava ainda mais a tese da cabala.
Foi preciso o Benfica focar-se em si próprio, começar a olhar para dentro e corrigir o (muito!) que estava errado para depois começar a ganhar. Foi um processo difícil e que necessitou de grande capacidade de superação, autocrítica e profunda metamorfose. Foi, no fundo, um complicado processo de crescimento. É apenas disso que o projecto do Sporting precisa: de crescer, de amadurecer, de deixar de ser “queixinhas” e de tentar encontrar explicações externas para todos os seus insucessos. O resto – leia-se, resultados – surge de forma natural com tempo, trabalho e seriedade. Porque grandeza já o Sporting tem, basta parar de acabar com ela em cada declaração pública.