A notícia faz hoje a manchete do jornal Público, que cita fontes diplomáticas portuguesas para dizer que Portugal tem deixado claro que não aceitará que a declaração que deverá ser aprovada no dia 25 em Roma seja feita sem uma referência clara ao euro.
António Costa não está sozinho na defesa desta posição e estará mesmo a tentar contar com Itália para liderar este combate político, que segundo fonte diplomática citada pelo Público, tem “um enorme significado político”.
De resto, António Costa já terá enviado para Bruxelas uma proposta de formulação para a referência ao euro, tentando ensair uma fórmula que não choque com a posição alemã.
Segundo o jornal, Angela Merkel tem-se, contudo, oposto a esta pretensão e não dá sinais de mudar de opinião.
A declaração de Roma deverá ter uma primeira parte dedicada à defesa clara dos valores europeus como forma de marcar posição face à vaga de nacionalismos e populismos que tem varrido o ocidente, do Brexit à eleição de Trump.
Numa segunda parte, o documento deverá deixar claros os compromissos assumidos pela Europa em áreas como a integração, segurança e defesa, mas também no que toca à gestão da crise dos refugiados ou a acordos comerciais na era Trump.
Costa já tem por várias vezes defendido a necessidade de reformar a zona euro, através da conclusão da União Bancária – criando um fundo europeu de garantia de depósitos –e da atribuição de mecanismos que permitam ao Mecanismo de Estabilidade Europeu constituir-se como uma espécie de FMI europeu, capaz de ajudar países em crises como um emprestador de último recurso.
Até agora e apesar de Alemanha ter aprovado a União Bancária, Merkel tem resistido à criação de um fundo europeu para garantir os depósitos bancários.