O Sporting despediu-se no sábado de uma época cujo guião, comprova-se agora, estava errado. E a culpa não foi do Palhinha, mesmo que o jovem jogador tenha feito mea culpa pelo pecado cometido no primeiro golo do FC Porto. As razões do fracasso não se resumem aos erros… dos outros ou àquilo que se passou no Dragão, onde o próprio Jesus teve de mudar o script e alguns atores para emendar o rotundo falhanço do plano inicial.
O jogo com o FC Porto era fundamental para o Sporting. Uma vitória nada garantia (permitia sonhar com o segundo lugar), mas uma derrota teria consequências que, mesmo a esta distância do final do campeonato, nem o discurso “matematicamente possível” consegue atenuar. Jorge Jesus reconheceu isso. Bruno de Carvalho… nem por isso. Mas é inegável que, depois da desilusão europeia e dos não menos frustrantes afastamentos da Taça de Portugal e da Taça da Liga, com a derrota de sábado, o Sporting viu o título fugir… por um canudo. O título não, uma época inteira!
É verdade que os balanços só se fazem no final. Mas os indicadores do mercado de janeiro e a verdade dos resultados desportivos são já um barómetro muito fiel daquilo que o Sporting (não) foi capaz de fazer esta temporada. Tenho, no entanto, para mim, que a “auditoria” às “contas” de Jorge Jesus não está concluída… Porque me parece que, desportivamente, o treinador do Sporting pode ter (ainda) muito mais a perder do que a ganhar no que resta do campeonato. Será que Jorge Jesus consegue lidar – e liderar – com a quase ausência de objetivos? A resposta é um enorme ponto de interrogação. Ou está na… formação.