A idade é de novo um posto

A idade é de novo um posto


O Open da Austrália em ténis está a ser dominado pelos mais velhos. Chegaram às meias-finais seis “trintões”: Venus Williams (36 anos), Serena Williams (35), Roger Federer (35), Mirjana Lucic (34), Stan Wawrinka (31) e Rafa Nadal (30).


Foram as mais velhas meias-finais femininas de sempre em Majors na história do ténis profissional e o título será decidido entre a mais velha finalista (Venus) e a mais velha campeã (Serena) de sempre do Open da Austrália na Era Open. Já Federer foi o mais velho semifinalista em 39 anos.

Multifatores explicam o fenómeno de longevidade: as metodologias de treino prolongam carreiras; a exigência física que combina resistência, coordenação, velocidade e flexibilidade, uma simbiose difícil para um corpo ainda em formação; as rápidas e constantes tomadas de decisão em cada ponto, quando recentes estudos neurológicos ditam que só cerca dos 25 anos o cérebro atinge a maturidade adulta; a ciência de jogo, a interpretação tática e a experiência que só vêm com a idade. Mas no ténis os campeões treinam mais e melhor.

Rafa Nadal, antes de eliminar Milos Raonic, estudou vídeos do serviço do n.º3 mundial e foi para o campo com Mark Philippoussis – conhecido há 20 anos como “scud” pelos “serviços-canhão” – para treinar diversos posicionamentos na sua resposta ao serviço. No dia seguinte geriu magistralmente as bombas de serviço de Raonic e afastou o vice-campeão de Wimbledon em apenas três sets.

Como dizia o grande campeão de golfe Gary Player, “quanto mais treino, mais sorte tenho”.