Funky cold Medina


Calmo e assertivo, Medina foi calando os críticos e fazendo aquilo para que foi eleito: obra


Diga-se o que se disser, Lisboa melhorou a olhos vistos e rejubila no seu esplendor. Quem vive e visita esta cidade não fica indiferente.

Lisboa é hoje uma soma de resultados dos diferentes autarcas que a governaram. Com mais ou menos mediatismo ou mais ou menos polémica, todos deixaram uma marca – e quase sempre para melhor.

Arrisco dizer que aquilo a que assistimos em Lisboa nos últimos 20 anos acabou por contagiar o resto do país. Basta visitar cidades como Porto, Aveiro ou Évora para se perceber que o português (em geral) ganhou orgulho no que é seu.
Desde o programa de combate às barracas, passando pelos controversos (mas muito úteis e eficazes) túneis do Marquês, até à reforma dos eixos principais da cidade ou à requalificação da zona ribeirinha, todos os presidentes da CML deixaram o seu contributo para que Lisboa seja hoje o que é.

Amo Lisboa e é com propriedade que digo que é, possivelmente, a melhor cidade do mundo para se viver. Das que conheci (e não são poucas), é claramente a melhor.

Preferências à parte, permitam-me que saúde o atual presidente, Fernando Medina. Cold as ice, Medina não se deixou intimidar pela robustez e magnitude do seu antecessor. Rapidamente, de um tímido, sumido e altamente criticado número dois, assumiu de forma suave e com enorme elevação as rédeas da autarquia, impassível aos ataques desferidos por quase todas as famílias políticas.

Naturalmente, havia um risco. Suceder a Costa é sempre um risco. Mas Medina, num estilo muito próprio, calmo e, sobretudo, assertivo, foi calando os críticos e fazendo aquilo para que foi eleito: obra! Melhorar a vida dos lisboetas e afirmar a cidade no mundo.

Mais do que a pessoa em si, Medina representa também uma nova geração de políticos que quebra um ciclo. Ele e parte da sua equipa são a nova geração de políticos dos chamados filhos da revolução. E é um alívio perceber que, afinal, existe gente competente e capaz de nos liderar, focada apenas no serviço público.

Ter a cidade em obras é uma grande maçada! É, admito! Mas que bem que sabe cruzar a nova Avenida da República ou passear de bicicleta ao fim de semana pela cidade.

Uma boa parte dos créditos do que Lisboa é hoje, ou no que se está a transformar, vai para Medina. Mas não só. A reforma administrativa da cidade dá os seus frutos. Não apenas pelo novo quadro administrativo instituído mas, uma vez mais, pelas pessoas. As pessoas que lideram as pequenas cidades dentro de Lisboa – as freguesias. Quem por elas passeia não pode ficar indiferente aos progressos na qualidade de vida e nos espaços públicos. Estrela, Campolide, Penha de França, Benfica ou Alvalade (apenas para dar alguns exemplos) são sinónimos de vigor e qualidade e, quase todas, lideradas por autarcas filhos da revolução ou com executivos jovens.

Muitas pessoas não sabem, mas a retribuição salarial de toda esta gente fica muito aquém do justo e do razoável. Têm a vida escrutinada e raramente têm horários. Ainda assim, dedicam-se de alma e coração a melhorar as nossas vidas. Em ano de eleições autárquicas, presto aqui a minha homenagem a todos estes autarcas que contribuem diariamente para a minha (e a nossa) vida ser um pouco melhor.