TAP. Governo já pode finalizar acordo com os acionistas privados

TAP. Governo já pode finalizar acordo com os acionistas privados


Acordo estipula mais sete anos de maturidade do empréstimo que se vencia este ano


O governo conseguiu chegar a acordo com os acionistas privados da TAP para que o Estado voltasse a ser o acionista maioritário da companhia aérea, mas faltava resolver uma questão para que o negócio com a Atlantic Gateway pudesse finalmente ser concluído: era preciso conseguir chegar a acordo com os bancos credores do passivo financeiro da companhia aérea.

O empréstimo de 120 milhões de euros, que vencia em novembro deste ano, passou assim a ter uma extensão da maturidade para 2022 e uma redução em 1% da taxa de juro média da dívida não garantida.

Esta tentativa de reestruturar a dívida da companhia aérea nacional acabou por sofrer vários atrasos e não correu dentro do tempo previsto pelo executivo de António Costa. De acordo com o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, um dos problemas que se colocaram foi a alteração de algumas das entidades bancárias, até porque entre as entidades financiadoras da TAP estão a Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e ainda o Millennium BCP. O prazo para resolver esta situação chegou a ser agosto de 2016, mas acabou por não acontecer, o que impediu que o acordo para que o Estado voltasse a ter a maioria da TAP ficasse concluído.

A questão da dívida sempre teve mais peso porque, quando falamos da dimensão da dívida da TAP, falamos de 800 milhões de euros. Só com a entrada dos acionistas privados David Neeleman e Humberto Pedrosa é que houve lugar para uma negociação, de forma a reduzir o peso desta dívida com o prazo de até um ano.

Só agora, com esta parte do negócio finalizada, é que o governo deverá lançar – ainda durante o primeiro trimestre deste ano – a oferta pública de venda de 5% da TAP junto dos trabalhadores.

Mesmo assim, fica a faltar mais um passo. A estrutura acionista que resultar da conclusão do negócio com o Estado ainda vai precisar de ter um ok por parte do regulador da aviação civil.

Futuro da companhia A partir de agora, muito pouco falta para concluir todo o negócio que foi feito entre o governo e o consórcio Atlantic Gateway. Cinquenta por cento será a percentagem que vai passar a ser detida pelo Estado. Já os acionistas privados passam a ter 45%, mais o número de ações que não forem adquiridas pelos trabalhadores da transportadora aérea.

No entanto, a TAP continua a seguir uma nova estratégia, nomeadamente no que diz respeito à abertura de novas rotas. Nesta lógica, arranca já em junho um reforço dos voos Lisboa-Faro. A garantia foi dada pelo ministro da tutela, Pedro Marques, que sublinha que está previsto que, a partir de 10 de junho, a TAP aumente em 45% a sua capacidade de transportar passageiros de Lisboa para o Algarve. No fundo, falamos de mais oito voos por semana entre estas duas cidades.

Pedro Marques sublinhou ainda que é preciso captar turistas do Brasil e dos Estados Unidos que aterrem em Lisboa para o Algarve. Sofia Martins Santos