Só poucos anos depois de iniciar a minha vida profissional comecei a conhecer outros Andrés. Primeiro, um, e achei piada. Mas depois outro, e estranhei; e outro e outro, e aos poucos fiquei rodeado deles. Como eram todos mais novos, dei–me conta que, anos depois de eu ter nascido, o nome se tornara popular. Atrás de mim havia uma catadupa de Andrés. Não eram milhares, mas dezenas de milhares. A singularidade do nome desapareceu.
Quando nasceu o meu filho, escolhemos um nome do nosso agrado e que, ao mesmo tempo, não fosse muito comum. Todos os anos volto à lista dos nomes mais escolhidos no ano anterior e temo o pior. Ainda não foi desta e o miúdo vai-se safando. Caso o nome se banalize, a probabilidade de pertencer a outra geração ajudá-lo-á.
As modas massificam, matam. E não há muito a fazer a não ser aceitar. O problema é que o nome, pelo menos esse é o meu entendimento, é o mais pessoal que podemos ter e, ainda por cima, dado pelos nossos pais. Não há presente maior. E o que me impressiona, não posso deixar de dizê-lo, é a forma como se escolhe algo tão importante sem que se o eleve acima da moda. Nestes dias admiro mais quem tenha a coragem de escolher Vanessa ou Guiomar porque gosta do que os que vão para Martim ou Matilde porque sim.
Advogado
Escreve à quinta-feira