É Sábado, 7 de janeiro de 2017. Portugal perdeu uma das maiores figuras da História recente, talvez o maior político português do século XX, homem de lutas e de liberdades, controverso, polémico até, mas indiscutivelmente um dos principais responsáveis pela democracia em que vivemos, pela democracia que nos permite expressar sem censuras, sem lápis azuis.
Sábado, 7 de Janeiro de 2017. Foi também o dia em que os adversários deram mais liberdade ao Benfica para seguir rumo ao tetra. Os empates de FC Porto e Sp. Braga permitiram à equipa de Rui Vitória cimentar a liderança, dispondo agora da maior vantagem que já teve esta época na frente da classificação. Na viragem do campeonato, e depois dos indiscutíveis triunfos em Guimarães (campeonato e Taça da Liga), são poucos aqueles que devem acreditar num cenário que não conduza à conquista do inédito tetracampeonato.
Por muito que o discurso (politicamente correto) dos rivais de sempre tenha de ser outro, a grande verdade é que a história deste e dos campeonatos mais recentes não engana muito: o Benfica perdeu, apenas, um jogo até ao momento, empatou dois e o conforto pontual que conseguiu são razões mais do que suficientes para não deixar fugir o título.
É verdade que há, ainda, derbies e clássicos agendados. É verdade que o Benfica pode, ainda, perder alguns pontos pelo caminho. Mas a mesma verdade é válida para todos os outros clubes. Por isso mesmo, e por muito controversa que seja a análise, foi esta liberdade de opinião que homens como Mário Soares nos deixaram. A liberdade de concluirmos sem medos e sem restrições aquilo que parece ser uma evidência, apesar de estarmos, ainda, em Janeiro e de ser o Benfica a equipa com o calendário mais… apertado, uma vez que é a única que continua presente nas quatro competições do calendário. O que, aliás, só reforça a minha convicção. Porque o sucesso, todos sabemos, constrói-se em cima de vitórias.