O elogio da diplomacia portuguesa


Para um povo, como o nosso, que gosta de dizer mal de quase tudo e de quase todos, julgo fazer sentido, que se veja, na diplomacia portuguesa, algo acima de polémicas


“Pode fazer-se muito com diplomacia, mas com diplomacia baseada em força, pode fazer-se muito mais.”

Kofi Annan

A eleição do nono secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi uma grande vitória da diplomacia portuguesa. Que, com poucas exceções, pouco tem sido, devidamente e publicamente elogiada. E reconhecida. Mas para mim não é uma surpresa. Antes pelo contrário. De há muitos anos até aos dias de hoje, por várias formas, tenho constatado que a qualidade dos nossos (as) diplomatas, é muito bom. Direi mesmo excepcional. E que se tem manifestado em vários momentos da vida coletiva portuguesa. Dentro e fora de portas. Seja no exercício de funções governativas em três governos nacionais, seja em outras funções de exercício parlamentar, ou de exercício não púbico, mas antes académico e profissional, tenho tido a oportunidade, de me cruzar, com homens e mulheres, do nosso corpo diplomático, de grande calibre. Competentes e ambiciosos. Exigentes e de bom senso. Realistas e audaciosos. De várias idades, formações e acima de tudo muito ecléticos na sua preparação. Que até, têm engolido, aguentado, estoicamente, algumas críticas injustas e reveladoras de incompetência crónica, em relação a alguns dossiers, como é o caso da CPLP.

Um país, como Portugal, tem na sua diplomacia, nos seus profissionais, na sua rede de embaixadores, de consulados e de demais serviços, um valor maior. Insubstituível. Apesar da escassez de meios que lhes está adstrita, orgânica e funcional e relacionalmente, o corpo diplomático português faz a diferença, todos os dias, pela positiva. 

Isto apesar de eu considerar, mesmo em tempos de contenção, que nós portugueses, afetamos um orçamento perto do ridículo, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, à sua rede interna e externa, aos seus serviços, aos seus institutos públicos e a toda a panóplia que faz parte da chamada diplomacia portuguesa. Sobretudo, para a implementação de uma política externam que se exige concretizar, em pilares territoriais, diplomáticos e políticos e económicos, em várias geografias do mundo. E com enfoque, em particular, para além da Europa, em África, na América do Norte e do Sul, na Ásia, em vários fóruns e organizações internacionais, quer de base mundial quer de base continental. É um desafio, para nós portugueses e enquanto país, termos a coragem de reforçar o orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, dos serviços que lhe estão afetos, na ampla rede de embaixadas e de consulados, nos próximos anos. Ainda por cima, quando se sabe que Portugal, no concerto quer dos países quer das organizações internacionais, tem uma natural apetência para ser considerado um país com vocação para a diplomacia, para a gestão de conflitos e para a diplomacia económica e não só para a diplomacia do croquete. A nossa história muito rica está carregada e cheia de bons exemplos da utilização da nossa diplomacia, em benefício do nosso país e também, há que referi-lo, dos países aliados, e da sã vivência internacional. E isso aconteceu ao longo dos séculos. Com diplomatas portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. Em Portugal, no Vaticano, em Viena (na prática ex-Bruxelas), em vários pontos da Ásia, da América e de África.

A eleição de António Guterres, para secretário-geral das Nações Unidas, sem o trabalho profícuo da nossa diplomacia, não teria acontecido. Mesmo com a competência e rede de António Guterres e com a unidade nacional política e institucional de nós todos, à sua volta. É justo pois o elogio à diplomacia portuguesa. No caso de António Guterres. E de vários outros que têm acontecido. É que a diplomacia é diplomacia. E muitas vezes só se nota, quando falta. Porque quando resulta, quase não se nota. E por consequência, não se valoriza. Para um povo, como o nosso, que gosta de dizer mal, de quase tudo e de quase todos, julgo fazer sentido, que se veja, na diplomacia portuguesa, algo acima de polémicas  para todos nós. São muitos e bons os (as) diplomatas que Portugal tem. Uns mais conhecidos. E outros nem tanto. Mas devem ser merecedores da nossa gratidão e do nosso reconhecimento. A bem de Portugal e dos portugueses. Que registe-se no seu trabalho quotidiano fazem muito com poucos meios e um orçamento a roçar a ridicularia. Em termos comparativos com os orçamentos de outros ministérios. Aliás, se aplicássemos um modelo para aferir resultados e produtividade, confirmaríamos o quanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros está na linha da frente. E daí não fazer sentido que seja obrigado em tempos de contenção a fazer cortes e racionamentos em toda a sua estrutura. Antes pelo contrário.


O elogio da diplomacia portuguesa


Para um povo, como o nosso, que gosta de dizer mal de quase tudo e de quase todos, julgo fazer sentido, que se veja, na diplomacia portuguesa, algo acima de polémicas


“Pode fazer-se muito com diplomacia, mas com diplomacia baseada em força, pode fazer-se muito mais.”

Kofi Annan

A eleição do nono secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi uma grande vitória da diplomacia portuguesa. Que, com poucas exceções, pouco tem sido, devidamente e publicamente elogiada. E reconhecida. Mas para mim não é uma surpresa. Antes pelo contrário. De há muitos anos até aos dias de hoje, por várias formas, tenho constatado que a qualidade dos nossos (as) diplomatas, é muito bom. Direi mesmo excepcional. E que se tem manifestado em vários momentos da vida coletiva portuguesa. Dentro e fora de portas. Seja no exercício de funções governativas em três governos nacionais, seja em outras funções de exercício parlamentar, ou de exercício não púbico, mas antes académico e profissional, tenho tido a oportunidade, de me cruzar, com homens e mulheres, do nosso corpo diplomático, de grande calibre. Competentes e ambiciosos. Exigentes e de bom senso. Realistas e audaciosos. De várias idades, formações e acima de tudo muito ecléticos na sua preparação. Que até, têm engolido, aguentado, estoicamente, algumas críticas injustas e reveladoras de incompetência crónica, em relação a alguns dossiers, como é o caso da CPLP.

Um país, como Portugal, tem na sua diplomacia, nos seus profissionais, na sua rede de embaixadores, de consulados e de demais serviços, um valor maior. Insubstituível. Apesar da escassez de meios que lhes está adstrita, orgânica e funcional e relacionalmente, o corpo diplomático português faz a diferença, todos os dias, pela positiva. 

Isto apesar de eu considerar, mesmo em tempos de contenção, que nós portugueses, afetamos um orçamento perto do ridículo, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, à sua rede interna e externa, aos seus serviços, aos seus institutos públicos e a toda a panóplia que faz parte da chamada diplomacia portuguesa. Sobretudo, para a implementação de uma política externam que se exige concretizar, em pilares territoriais, diplomáticos e políticos e económicos, em várias geografias do mundo. E com enfoque, em particular, para além da Europa, em África, na América do Norte e do Sul, na Ásia, em vários fóruns e organizações internacionais, quer de base mundial quer de base continental. É um desafio, para nós portugueses e enquanto país, termos a coragem de reforçar o orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, dos serviços que lhe estão afetos, na ampla rede de embaixadas e de consulados, nos próximos anos. Ainda por cima, quando se sabe que Portugal, no concerto quer dos países quer das organizações internacionais, tem uma natural apetência para ser considerado um país com vocação para a diplomacia, para a gestão de conflitos e para a diplomacia económica e não só para a diplomacia do croquete. A nossa história muito rica está carregada e cheia de bons exemplos da utilização da nossa diplomacia, em benefício do nosso país e também, há que referi-lo, dos países aliados, e da sã vivência internacional. E isso aconteceu ao longo dos séculos. Com diplomatas portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. Em Portugal, no Vaticano, em Viena (na prática ex-Bruxelas), em vários pontos da Ásia, da América e de África.

A eleição de António Guterres, para secretário-geral das Nações Unidas, sem o trabalho profícuo da nossa diplomacia, não teria acontecido. Mesmo com a competência e rede de António Guterres e com a unidade nacional política e institucional de nós todos, à sua volta. É justo pois o elogio à diplomacia portuguesa. No caso de António Guterres. E de vários outros que têm acontecido. É que a diplomacia é diplomacia. E muitas vezes só se nota, quando falta. Porque quando resulta, quase não se nota. E por consequência, não se valoriza. Para um povo, como o nosso, que gosta de dizer mal, de quase tudo e de quase todos, julgo fazer sentido, que se veja, na diplomacia portuguesa, algo acima de polémicas  para todos nós. São muitos e bons os (as) diplomatas que Portugal tem. Uns mais conhecidos. E outros nem tanto. Mas devem ser merecedores da nossa gratidão e do nosso reconhecimento. A bem de Portugal e dos portugueses. Que registe-se no seu trabalho quotidiano fazem muito com poucos meios e um orçamento a roçar a ridicularia. Em termos comparativos com os orçamentos de outros ministérios. Aliás, se aplicássemos um modelo para aferir resultados e produtividade, confirmaríamos o quanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros está na linha da frente. E daí não fazer sentido que seja obrigado em tempos de contenção a fazer cortes e racionamentos em toda a sua estrutura. Antes pelo contrário.