O primeiro-ministro, António Costa, comentou a demora da justiça no processo que envolve José Sócrates e defendeu que "não é admissível, num Estado de Direito, que uma pessoa passe a viver sob suspeição para a vida".
Costa foi o convidado do programa Governo Sombra, na TVI 24. O caso Sócrates foi lançado pelo jornalista João Miguel Tavares. O primeiro-ministro não fugiu ao tema e insurgiu-se contra os julgamentos populares. "Se há coisa que é absolutamente essencial é que, quando há uma suspeita sobre alguém e sobretudo quando é pública, essa suspeita seja definitivamente esclarecida pelos meios próprios, porque um dos grandes ganhos da civilização foi terem acabado os julgamentos populares. E hoje em dia os julgamentos voltaram a ter uma nova forma de julgamento popular, que é mais tecnológica, que é feito nas televisões e nas páginas jornais, mas não no sítio próprio que é nos tribunais".
António Costa manifestou o desejo de que o ex-secretário-geral do PS "tenha a oportunidade de poder ver, de uma vez por todas, apurada a sua versão da verdade contraposta a outras versões de verdade que se vão ouvindo por aí".
Costa voltou a garantir que o acordo feito com o Bloco de Esquerda e o PCP é "original, mas funciona". Admitiu, porém, que o crescimento económico não é o desejável. "É evidente que todos gostávamos de crescer mais. Não gostava? Eu gostava. É poucochinho, claro que é".
O secretário-geral do PS falou ainda das eleições autárquicas e garantiu que um mau resultado do não teria "nenhuma consequência" no governo. "Da minha parte não terá nenhuma consequência".