Bolívia. Governo responsabiliza piloto pelo acidente com equipa da Chapecoense

Bolívia. Governo responsabiliza piloto pelo acidente com equipa da Chapecoense


Ministério das Obras Públicas boliviano diz que o Miguel Quiroga atuou “como empresário e não como piloto”, quando decidiu não fazer escala para reabastecer aeronave


O governo da Bolívia apresentou na terça-feira (madrugada de quarta em Portugal) as conclusões da investigação independente que realizou sobre as causas que levaram à queda do avião da LaMia no dia 28 de novembro, nos arredores de Medellín, na Colômbia, que transportava a equipa brasileira de futebol da Chapecoense. O ministério das Obras Públicas confirmou que o aparelho ficou sem combustível e atribui a responsabilidade da tragédia à companhia aérea e ao piloto – e sócio da empresa – da aeronave LMI2933, uma das 71 pessoas que morreu no desastre aéreo.

“A primeira conclusão é a de que a responsabilidade direta do acidente é da empresa e do piloto”, anunciou o ministro das Obras Públicas da Bolívia, Milton Carlos, citado pelo jornal local “El Deber”, na apresentação da primeira de seis conclusões da investigação liderada pelo governo, independente da inquirição judicial que está a ser levada a cabo pelo Ministério Público. 

O ministro qualificou ainda a decisão de Quiroga de não fazer escala para reabastecer o avião, optando por seguir diretamente de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para Medellín, como uma “falta gravíssima” e tem uma explicação para a mesma: “[Quiroga] atuou como empresário e não como piloto”.

Para além da acusação feita à LaMia e a Miguel Quiroga, o governo denunciou ainda a atuação das autoridades de aviação civil que autorizaram o plano de voo. Recorde-se que a funcionária Celia Castedo – que alegadamente deu luz verde ao trajeto do voo da LaMia, mesmo depois de identificar cinco falhas no plano, incluindo a inadequação da distância a percorrer, tendo em conta a autonomia da aeronave – fugiu para o Brasil, mal soube que iria ser alvo de um processo, por parte da Direção Geral de Aeronáutica Civil, por “atentado à segurança do transporte”.

Das 77 pessoas que seguiam a bordo do aparelho que se despenhou em Rio Negro, a poucos quilómetros do aeroporto de destino, incluindo jornalistas, tripulação e a comitiva da Chapecoense, apenas 6 sobreviveram. O conteúdo das caixas negras ainda não foi revelado.