MP quer ouvir como arguidos os filhos do embaixador do Iraque

MP quer ouvir como arguidos os filhos do embaixador do Iraque


PGR confirma necessidade de ouvir os alegados agressores como arguidos e esclarece ter enviado já uma certidão com os elementos constantes do processo para o Iraque. Uma condição que aquele estado tinha colocado para levantar a imunidade.


O Ministério Público quer ouvir enquanto arguidos os filhos do embaixador do Iraque, sendo para isso determinante o levantamento da imunidade diplomática dos dois jovens. Fonte oficial assegura que só com a inquirição dos irmãos estrangeiros se poderão esclarecer os contornos em que Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor – um caso que remonta a agosto. Como o Iraque foi claro na sua resposta – ao dizer que só conhecendo o processo é que poderia levantar a imunidade – o MP revelou esta manhã que, apesar do segredo de justiça, decidiu enviar uma certidão para o Iraque com tudo o que consta do processo.

Em outubro, o Estado Iraquiano assegurou “em resposta enviada através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a vontade de cooperar para o cabal esclarecimento dos factos”.

Nessa resposta, porém, o Iraque “considerou, dada a fase do processo e a consequente impossibilidade de acesso ao mesmo, prematuro tomar uma decisão a respeito do pedido de levantamento de imunidade”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece agora que “o Ministério Público decidiu, apesar do inquérito se encontrar em segredo de justiça, informar o Estado Iraquiano sobre o conteúdo dos autos”. Para isso, enviou uma certidão dos elementos constantes do processo para aquele estado.

“No âmbito do inquérito relativo aos factos ocorridos em Ponte de Sor, o Ministério Público suscitou, em agosto, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros a ponderação de intervenção no âmbito diplomático, ao abrigo da Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas, no sentido de saber se o Estado Iraquiano pretende renunciar expressamente à imunidade diplomática de que beneficiam os dois suspeitos, filhos do Embaixador do Iraque em Lisboa”, recorda fonte oficial da PGR.