A união faz a força


AS SOCIEDADES e os grupos que nelas se criam têm revelado desde sempre uma tendência para a divisão em diferentes fações que, salvo raras exceções, procuram o triunfo constante umas sobre as outras, em vez da conciliação das suas diferenças. Ao olharmos para a história, são muitos os exemplos em que os pontos de controvérsia,…


AS SOCIEDADES e os grupos que nelas se criam têm revelado desde sempre uma tendência para a divisão em diferentes fações que, salvo raras exceções, procuram o triunfo constante umas sobre as outras, em vez da conciliação das suas diferenças.

Ao olharmos para a história, são muitos os exemplos em que os pontos de controvérsia, fossem eles de que natureza fossem, resultaram na inabilidade para identificar os pontos convergentes.

Na minha vida, tanto enquanto empresário como enquanto dirigente associativo, tenho vindo a confirmar a importância que o diálogo e o esforço do consenso têm para a evolução, modernização e, sobretudo, credibilização das estruturas.

A incapacidade de falar a uma só voz acaba por se materializar em discussões das quais não resultam quaisquer conclusões e em que o objetivo se desfoca ao procurar o triunfo sobre o outro, numa ausência de consensos que tantas vezes é aproveitada por quem pesca fragilidades, em jogos desonestos que não beneficiam nada nem ninguém. Sobretudo quando tantas vezes o bem comum está à distância de cedências que se tornam irrelevantes ao observarmos os benefícios que podemos tirar da união e do trabalho conjunto.

Nem sempre o consenso é fácil, é certo, e o debate é tanto mais rico quanto mais contributos para ele houver, mas há algo que deve estar sempre na mira de todos: o bem comum.

É com foco no bem comum que as estruturas devem fixar os seus objetivos, trabalhando em conjunto e promovendo sinergias que possam ser benéficas para todas as partes.

Também o Estado deve privilegiar sempre este diálogo junto da sociedade civil, escutando os seus diferentes representantes, que melhor conhecem a realidade do dia–a-dia e o impacto que determinadas medidas terão na vida de todos e na economia que diz respeito a cada setor. Este trabalho conjunto deveria ser, por isso, uma prioridade que evitaria erros resultantes do desconhecimento.

Neste aspeto, a APEMIP tem feito o esforço de ter uma voz interventiva e de alerta, em prol da defesa não só dos agentes do imobiliário, mas também da sociedade civil, ao promover a manutenção do mercado imobiliário.

Este trabalho, feito muitas vezes em sinergia com outras entidades com as quais se promove o consenso, reflete-se também no prestígio e credibilidade dos agentes do setor, nomeadamente dos mediadores imobiliários, cujo trabalho tem sido essencial para minimizar os impactos da crise por via da retoma de um setor que é tão importante para a nossa economia.

Tal desempenho obriga, portanto, a um grau de responsabilização cada vez maior que a APEMIP está preparada para assumir, através de uma eventual transição para ordem ou câmara dos mediadores, com competências para formar, fiscalizar e sancionar operadores que atuem de forma ilegal.

Em nome da transparência, da segurança, e trabalhando sempre em conjunto para promover um mercado imobiliário que possa servir o bem comum.