Vodafone Mexefest. Uma avenida cheia de música

Vodafone Mexefest. Uma avenida cheia de música


É uma das noites mais divertidas do ano. Perfeita para juntar uns amigos e ir passear pela zona da Avenida da Liberdade, entrar nas salas de concerto para aquecer e, sobretudo, para ouvir muita música. Aí está mais uma edição do Vodafone Mexefest, que traz até Lisboa projetos artísticos muito desafiantes que importa descobrir e…


A história do hip hop a passar-te à frente (parte I)

É certo que Talib Keweli passou por Portugal no ano passado, mais ou menos por esta altura e não tem assim tanta coisa nova para mostrar. Mas também é verdade que, no ano passado, foi um concerto numa discoteca de Lisboa, a altas horas da manhã.

Esta é uma belíssima oportunidade para (re)ver um dos nomes clássicos do hip hop da “golden era”, um dos maiores contadores de histórias, que fez parte dos Black Star com Mos Def e Hi-Tek, e que no ano passado, lançou “Indie 500” com 9th Wonder
Talib Kweli

Encontros semi-improváveis

Cada um no seu estilo: um mais explosivo, mais do confronto. O outro com menos rotação, mais maduro e pausado. Não se duvide, nem por um instante, quando dizemos que Mike El Nite e Nerve são dois dos mais talentosos rappers em Portugal e que estão aos poucos a construir um importante caminho. Este é um espetáculo especial já que os dois nunca dividiram palco.

A única garantia que temos é a de haver beats pesados, algum psicadelismo e muita língua afiada.

Bruno Pernadas e a arte de pôr tudo a fazer sentido 

É autor de um dos discos mais brilhantes do ano, o enigmático “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them”, uma entusiasmante fusão entre o rock, a pop, o jazz orquestrado ou a soul. É um mestre na composição, na arte de pôr tudo a fazer sentido e, mais do que isso, a soar bem. Com uma sonoridade requintada, é a garantia de um pós-jantar bem quentinho e aconchegante.

Guitarras psicadélicas e vozes a ecoar pelos tetos do Coliseu 

Os Jagwar Ma são um trio australiano composto por Gabriel Winterfield, Jono Ma e Jack Freeman. Desde o lançamento do álbum de estreia, “Howlin’”, que despertaram a curiosidade do público. São conterrâneos de nomes como Tame Impala ou dos Pond e até navegam pelas mesmas águas – a das guitarras e vozes a ecoarem casa fora, como se ouve em “Every Now & Then”. O Coliseu será boa casa para se fazerem ouvir já depois da meia noite.

Toty Sa'Med: do semba à bossa

A par de Aline Frazão, Toty Sa’Med talvez seja dos nomes mais interessantes e desafiantes da chamada nova música angolana. Quando dizemos “nova”, sublinhe-se que estamos a referir-nos a compositores de uma nova geração, porque o estilo trovador de Toty Sa’Med, de guitarra no colo que domina de forma magistral, vai beber às referências clássicas do semba e da bossa nova.

Do fim do mundo para a eternidade

Há quem lhe chame lenda. Outros chamam-lhe fénix – a renascer desde sempre. Elza tem 79 anos e provavelmente já viveu tudo. Temos a felicidade de agora estar entre nós para a ouvirmos cantar a sua vida. Uma das rainhas do samba vem com um disco acabadinho de ganhar um Grammy, “A Mulher do Fim do Mundo”. Com uma lucidez impressionante e com uma voz cheia de vida. Imprescindível.

É urgente ouvir Keso 

Se na sexta-feira é urgente – dizemos nós – ver Mike El Nite e Nerve, no sábado é importante não perder Keso. O rapper do Porto é um dos nomes que vai estar no palco Ciência Rítmica Avançada, com curadoria de Rui Miguel Abreu, e que que tem, em “KSX2016”, um dos discos do ano.

Isso, para nós, é certo. Mas este é um palco que terá interesse pela noite fora: com Fuse (Dealema), que fará a pré apresentação de “A Caixa de Pandora”, Landim e ainda Beware Jack e Blasph.

A história do hip hop a passar-te à frente (parte II)

Mais uma vez, o Vodafone Mexefest a fazer recuar a memória um bom par de anos. Os Digable Planets, trio nova-iorquino de Butterfly (Ishmael Butler), Ladybug (Mary Ann Vieira) e Doodlebug (Craig Irving), são mais uma referência no hip hop norte-americano da década de 90, quando se misturava de forma tão seminal o hip hop e o jazz. O grupo está reunido de novo – vamos ver o que sai dali – mas agora é tempo de ir à máquina do tempo e recordar “Reachin’ (A New Refutation of Time and Space)” e “Blowout Comb”.

Diz-se que Gallant é o maior. Então vamos tirar a limpo

Por esta altura, se já têm pensado o vosso roteiro para o Vodafone Mexefest, certamente já sabem quem é Gallant. Sim, é o norte-americano que vem de Maryland de quem já se diz que é a nova grande sensação do r’n’b. Para que se diga isto, é preciso que Christopher Gallant tenha, pelo menos, uma voz incrível – confirma-se e ouça-se “Weight In Gold”. Este ano editou “Ology” e, para tirarmos isto a limpo, vamos escutá-lo.

Aqui também se canta o fado 

Fábia Rebordão vai ser, orgulhosamente, a voz do fado nesta edição do Vodafone Mexefest. Este ano editou o seu segundo disco de originais, “Eu”, um trabalho que sucede a “A Oitava Cor”, onde a fadista traz um novo fôlego à sua música. O álbum foi produzido por New Max (Expensive Soul), Hugo Novo e Jorge Fernando e conta com fados de Pedro Silva Martins, Dino D’Santiago, Jorge Fernando, Tozé Brito, Rui Veloso e da própria Fábia Rebordão. 

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