Angela Merkel sentenciou este domingo as poucas dúvidas que existiam em torno do seu futuro político e confirmou durante a manhã a membros do seu partido que se candidatará a um quarto mandato como chanceler nas eleições do próximo ano. A líder da maior potência económica europeia chegou ao poder em 2005 e, a comprovarem-se as sondagens, pode lá continuar para além de 2020.
O anúncio oficial surgiu ao final da tarde. Num discurso ao país, a chanceler disse que se recandidataria pelos valores "da liberdade e do respeito" e em nome de uma "sociedade unida" – cita-a o jornal "Público". Na prática, Merkel anunciou que se recandidataria à liderança dos Democratas Cristãos (CDU), um passo formal para que se possa apresentar à corrida para chanceler em 2017.
Merkel é uma figura consensual na cena política alemã, não tem sucessor aparente no seu partido e poucos acreditavam que fosse abandonar a liderança da principal potência económica europeia num momento em que as democracias ocidentais anseiam por algumas estabilidade, ainda aturdidas pelo Brexit e eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
As sondagens parecem confortar os receios mundiais. A CDU de Angela Merkel está no topo das consultas, reunindo 34% das intenções de voto, bem à frente dos seus parceiros de coligação social-democratas, o SPD, que conta com 22% – o suficiente para uma frágil maioria, caso os dois partidos renovem a aliança centrista.
Mas o caminho da mais experiente líder europeia não será tão fácil como os das suas últimas eleições. O consenso político alemão está abalado com a ascensão do partido populista e antimigração AfD – Alternativa para a Alemanha – que, com os 12% que lhe atribuem hoje as sondagens, pode revelar-se uma peça fundamental nas legislativas de 2017.
Notícia atualizada às 18h53