A exceção


 Tudo gira em torno da verdade de cada um, mesmo sabendo-se que entre os atuais e antigos homens do ofício os lances também não são consensuais. 


“Gosto de futebol no retângulo de jogo. Não gosto de jogos!” Escrevi-o nestas páginas e reafirmo. Não sou de intrigas e prefiro falar dos protagonistas. Mas toda a regra tem exceção. Decidi, por isso, abrir um parêntesis, curto, para falar das arbitragens e dos árbitros, transformados vezes de mais em atores principais dos tais filmes de que não gosto.
Não sou ingénuo a ponto de dizer que os árbitros não influenciam os jogos. Influenciam.

Têm um código de conduta a respeitar, normas para cumprir, decisões a tomar. Mas são humanos como todos nós e, como tal, enganam-se como todos nós. Bem sei que há erros que ficam na memória e que podem determinar o destino de um lance, de um jogo. Mas não definem um campeonato, por muito que haja jogos e julgamentos que se eternizem na memória como se nada mais existisse para além daquela fração de segundos em que o árbitro (ou um dos seus auxiliares) não tomou a melhor decisão. Não, não decidem as trinta e muitas jornadas de uma competição em que se falham penáltis e golos de baliza aberta, com onzes duvidosos e substituições mal feitas, alívios incompletos, defesas infelizes, guarda-redes com maus golpes de vista, investimentos colossais em jogadores que são um absoluto engano.

Não, a culpa não é exclusivamente do Fábio, do João, do Bruno, do Jorge, do Hugo, do Artur. A culpa não é apenas e só da arbitragem, mesmo que sejam eles quem assume o papel do juiz.

O tema, como todos sabemos, está ininterruptamente na ordem de trabalhos. Bem sei que é inevitável que assim seja, mas não me parece justo que seja sempre assim. Esta semana um, para a semana outro, no mês que vem o outro. Tudo gira em torno da verdade de cada um, mesmo sabendo-se que entre os atuais e antigos homens do ofício os lances também não são consensuais. Não são, nunca foram, não vão ser. Mas não há futebol sem árbitros e, mesmo que as novas tecnologias possam acrescentar alguma verdade, os lances polémicos vão continuar e os árbitros não deixarão de ser de… carne e osso. Nem vão deixar de errar.

Termino, então, com uma certeza. Neste caso, sem exceção. Todos nós, os que escrevem, os que comentam, os que criticam, os que protestam, os que sofrem pelos clubes, os simples admiradores do fenómeno, todos nós sem exceção apitaríamos pior…

A exceção


 Tudo gira em torno da verdade de cada um, mesmo sabendo-se que entre os atuais e antigos homens do ofício os lances também não são consensuais. 


“Gosto de futebol no retângulo de jogo. Não gosto de jogos!” Escrevi-o nestas páginas e reafirmo. Não sou de intrigas e prefiro falar dos protagonistas. Mas toda a regra tem exceção. Decidi, por isso, abrir um parêntesis, curto, para falar das arbitragens e dos árbitros, transformados vezes de mais em atores principais dos tais filmes de que não gosto.
Não sou ingénuo a ponto de dizer que os árbitros não influenciam os jogos. Influenciam.

Têm um código de conduta a respeitar, normas para cumprir, decisões a tomar. Mas são humanos como todos nós e, como tal, enganam-se como todos nós. Bem sei que há erros que ficam na memória e que podem determinar o destino de um lance, de um jogo. Mas não definem um campeonato, por muito que haja jogos e julgamentos que se eternizem na memória como se nada mais existisse para além daquela fração de segundos em que o árbitro (ou um dos seus auxiliares) não tomou a melhor decisão. Não, não decidem as trinta e muitas jornadas de uma competição em que se falham penáltis e golos de baliza aberta, com onzes duvidosos e substituições mal feitas, alívios incompletos, defesas infelizes, guarda-redes com maus golpes de vista, investimentos colossais em jogadores que são um absoluto engano.

Não, a culpa não é exclusivamente do Fábio, do João, do Bruno, do Jorge, do Hugo, do Artur. A culpa não é apenas e só da arbitragem, mesmo que sejam eles quem assume o papel do juiz.

O tema, como todos sabemos, está ininterruptamente na ordem de trabalhos. Bem sei que é inevitável que assim seja, mas não me parece justo que seja sempre assim. Esta semana um, para a semana outro, no mês que vem o outro. Tudo gira em torno da verdade de cada um, mesmo sabendo-se que entre os atuais e antigos homens do ofício os lances também não são consensuais. Não são, nunca foram, não vão ser. Mas não há futebol sem árbitros e, mesmo que as novas tecnologias possam acrescentar alguma verdade, os lances polémicos vão continuar e os árbitros não deixarão de ser de… carne e osso. Nem vão deixar de errar.

Termino, então, com uma certeza. Neste caso, sem exceção. Todos nós, os que escrevem, os que comentam, os que criticam, os que protestam, os que sofrem pelos clubes, os simples admiradores do fenómeno, todos nós sem exceção apitaríamos pior…