Um dos dois homens que a 31 de dezembro de 2015 assaltou um supermercado na Buraca, Amadora, e que matou a tiro um agente da PSP reformado foi detido pelas autoridades suíças. Após ter sido presente a primeiro interrogatório judicial no final da última semana, o homem está agora em prisão preventiva a aguardar o desenrolar da investigação. Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) revelou ontem, o detido está “fortemente indiciado pela prática dos crimes de homicídio, roubo agravado e detenção de arma proibida”.
O suspeito não atuou, porém, sozinho. De acordo com a investigação, quando, “no dia 31 de dezembro de 2015, o arguido agora detido e um outro indivíduo” – que foi detido em maio – entraram no supermercado “munidos de uma caçadeira de canos serrados”, tinham o objetivo de fazer um assalto.
Para conseguirem levar o dinheiro sem que os presentes reagissem, explica o comunicado emitido ontem pela PGDL, “no interior do estabelecimento dispararam dois tiros, um para intimidar as pessoas que ali se encontravam”.
No entanto, e perante a reação de um agente da PSP reformado – que tentou evitar o assalto –, os dois homens terão feito um segundo disparo “na direção do agente reformado que tentou demovê-los dos seus intentos”. A mesma fonte acrescenta que foi esse disparo que provocou a morte.
Assalto rendeu pouco dinheiro O assalto rendeu aos suspeitos menos de 800 euros. O Ministério Público garante que “o arguido e o outro indivíduo retiraram da caixa registadora do estabelecimento a quantia de €750,00, da qual se apropriaram”.
Neste caso, a Polícia Judiciária está a coadjuvar o Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra. A detenção em território suíço aconteceu no âmbito de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades nacionais, tendo o homem sido já presente a um juiz de instrução criminal que lhe decretou a medida de coação mais gravosa.
A vítima mortal Dois homens encapuzados chegaram ao supermercado da Buraca entre as 19h e as 19h15 de 31 de dezembro de 2015, quando muitas pessoas faziam as últimas compras para a passagem de ano.
Após um tiro para que os clientes e os funcionários se mantivessem quietos, José Ramos Paixão, que estava à porta do estabelecimento à espera que a mulher – caixa no estabelecimento – saísse, decide entrar em ação.
José, de 65 anos, levava consigo a arma de sempre e deu um tiro para o ar. Os assaltantes responderam de imediato com um tiro certeiro na sua cabeça.
O agente reformado e antigo vigilante do Colégio Moderno foi transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em estado grave. No dia seguinte, porém, não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer.
Na altura foram vários os alunos e professores do Colégio Moderno que falaram à imprensa sobre José Ramos Paixão. Ao i, a diretora do Colégio Moderno, Isabel Soares, descreveu-o como “um homem muito afável e com um excelente trato”.