Agressores de manifestantes pró-legalização de emigrantes fotografados

Agressores de manifestantes pró-legalização de emigrantes fotografados


Um dos espanhóis foi atacado por trás e empurrado para o chão enquanto o outro foi esmurrado na face.


Os cabeças rapadas que agrediram dois espanhóis este domingo à tarde no Martim Moniz em Lisboa foram fotografados por uma amiga das vítimas no momento da fuga.

Os dois cidadãos espanhóis – um dos quais ficou com marcas da agressão no rosto – falaram ao i, mas não quiseram ser fotografados nem identificados nem fizeram queixa à PSP que acompanhava a manifestação pela legalização de imigrantes e o protesto de militantes do PNR convocado contra esta marcha.

"Não conseguimos ver quem eram, foi tudo muito rápido", dizia um dos agredidos ao i, claramente assustado.

José Falcão, dirigente do SOS Racismo, estava contudo no local e ficou com todos os elementos para participar a agressão às autoridades. "É sempre possível fazer uma queixa contra terceiros", explicava às vítimas.

A organização de combate ao racismo espera agora que as imagens recolhidas pela amiga das vítimas ajudem a identificar os agressores.

Segundo o relato feito ao i pelas duas vítimas e várias testemunhas, os agressores eram cinco e começaram a atacar os manifestantes depois de terem visto que um dos espanhóis tinha uma t-shirt com um logotipo dos Black Panthers – uma organização conotada com a esquerda radical.

Nesse momento, um dos espanhóis foi atacado por trás e empurrado para o chão enquanto o outro foi esmurrado na face.

O imigrante que envergava a t-shirt dos Black Panthers ficou muito maltratado, com o lábio aberto e várias escoriações no rosto.

A agressão ocorreu perto da Praça da Figueira já depois de um grupo de cerca de 70 militantes do PNR terem provocado a manifestação que seguia para o Rossio.

Nessa altura, o vice-presidente do PNR furou o cordão policial que separava os militantes do partido de extrema direita dos manifestantes que pedem a legalização dos trabalhadores estrangeiros em Portugal.

João Pais do Amaral acabaria por ser detido para identificação pela PSP, sendo rapidamente libertado.