Mundo. Felicitação e preocupação marcam o tom das reações

Mundo. Felicitação e preocupação marcam o tom das reações


As eleições dos EUA são vistas por todo o mundo. A política que será seguida pelo candidato eleito terá influência nos diversos temas internacionais, da economia à segurança  


A eleição de Donald Trump teve uma particular relevância neste aspeto, uma vez que campanha e retórica política geraram reações apaixonadas um pouco por todo o mundo. Por um lado, pela afinidade de vários outros políticos em todo o mundo, por outro pelas afirmações que podem colocar em causa a ordem internacional.

O presidente da Rússia foi dos primeiros a felicitar Trump pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas, manifestando “esperança” em melhores relações entre Washington e Moscovo. Em comunicado, citado pelo Euronews, Putin manifestou “esperança num trabalho conjunto” para tirar “as relações do estado de crise”, “tratar de questões urgentes” ao nível internacional e “procurar respostas eficazes aos desafios relativos à segurança global”. 

Mais tarde, no Kremlin, o líder russo disse que “durante a campanha eleitoral, escutámos o discurso de Trump (…) que ia no sentido de restabelecer as relações entre a Rússia e os EUA. Sabemos que não vai ser fácil, dado o estado degradado das relações, atualmente. Mas, a Rússia está pronta e disposta a restabelecer por completo as relações com os Estados Unidos”. Vladimir Putin também afirmou ainda que “um diálogo construtivo” é do interesse das duas superpotências.

Extrema-direita Depois seguiram-se vários outros líderes populistas do velho continente. 

O principal rosto da extrema-direita na Holanda, Geert Wilders, no Twitter, escreveu: “O dia de ontem mostrou, e é isso que vou dizer aos meus eleitores, que tudo é possível e isto não vai parar por aqui – vamos assistir a este movimento em vários outros países europeus. A vitória de Donald Trump nas eleições é um enorme incentivo para todos nós – que amamos a pátria e a liberdade”.

Marine Le Pen, que tem eleições em 2017, expressou-se também através da mesma rede social. “Não é o fim do mundo, mas sim o fim de um ‘mundo’. O povo americano tem o Presidente que escolheu e não aquele instalado pelo sistema, como se as eleições fossem apenas uma mera formalidade, ou para manter as aparências”, escreveu a presidente da Frente Nacional, partido da extrema-direita francesa. 

O líder demissionário do Partido da Independência do Reino Unido, Nigel Farage, figura central da campanha que levou à vitória do “Brexit”, também congratulou Donald Trump pelo triunfo. Farage  recorreu ao Twitter: “Passo o testemunho a Donald Trump. Muitos parabéns. Bateu-se corajosamente na campanha”.

Liderança  A ordem internacional, frágil, é uma preocupação acrescida depois da campanha dos EUA. A síntese chegou pelo secretário-geral da NATO. 

No  “novo ambiente de segurança, que inclui guerra híbrida, ciberataques e a ameaça do terrorismo”, a liderança dos EUA “é mais importante que nunca”,  afirmou Jens Stoltenberg, defendendo que “uma NATO forte é boa para os EUA”.
Durante a campanha Trump questionou a utilidade atual da NATO, anunciou a intenção de reduzir o apoio aos países da Aliança Atlântica e disse que não iria cumprir a garantia de proteção automática de todos os estados aliados.

Audiências Nos EUA, foi em grande medida pela televisão que a eleição foi seguida. Um estudo da Nielsen, citado em vários media norte-americanos,  revela que 40,77 milhões de norte-americanos acompanharam a noite eleitoral pelas principais cadeias de televisão. 

A NBC teve uma audiência média de 9,68 milhões de espectadores, a CBS 8,8 milhões e a ABC teve a maior audiência, com 11,97 milhões de espetadores. Na Univision a média foi de 3,89 milhões de espetadores e a do Telemundo 2,16 milhões. 

Em 2012, a cobertura da noite eleitoral atraiu 66,8 milhões de pessoas para a transmissão por parte de 13 canais. Em 2008, na primeira eleição de Barack Obama, foram 14 as cadeias de televisão que cobriram o evento. Tiveram mais de 71 milhões de telespetadores.