BCP registou prejuízos de 251,1 milhões até setembro

BCP registou prejuízos de 251,1 milhões até setembro


No mesmo dia em que apresentou resultados, banco de Nuno Amado deu mais um passo para a entrada do grupo Fosun no capital do banco.


Foi dado mais um passo no BCP para a entrada do grupo chinês Fosun (dona da Fidelidade e da Luz Saúde) no capital da instituição financeira. Os acionistas aprovaram, em Assembleia-geral, o alargamento do Conselho de Administração do banco dos 20 para os 25 membros. No entanto, foi adiado por mais duas semanas, um dos pontos da agenda e que previa aumentar o limite de votos dos 20% para os 30%. Os acionistas voltam a encontrar-se no próximo dia 21 para finalizar a votação.

Com a proposta em cima da mesa a administração passa a ter três vice-presidentes, mais um do que o número previsto nos estatutos atuais. Já a comissão executiva, liderada por Nuno Amado passa a ter um limite máximo de nove membros e um mínimo de seis. Mas a Fosun quer nomear delegados para os dois órgãos de gestão.

Exigências

O que é certo é que as exigências que foram apresentadas pela Fosun quando anunciou o interesse de entrar no capital do BCP – controlar mais de 16% do capital do banco, via aumento de capital, posição que pode subir para 20% e depois para 30% (daí a revisão dos estatutos) – vão a pouco e pouco sendo cumpridas.

A fusão das ações do banco era umas reivindicações do grupo chinês e a operação foi levada a cabo no passado dia 24 de outubro. Altura em que os 75 títulos foram fundidos num só. Esta operação, denominada “reverse stock split”, teve como objetivo aumentar o valor unitário das ações. Mas para os investidores, além do valor da ação, pouco muda. Ou seja, o valor dos investimentos em carteira não sofrerá qualquer alteração.

A par disso, o grupo chinês pedia o aumento do número máximo de administradores de 20 para 25 elementos – matéria que foi decidida ontem – e o aumento do limite de votos de 20% para 30%. Este último ponto vai então ser discutido no dia 21 de novembro.

Perdas superiores a 250 milhões

A Assembleia-geral coincidiu também com a apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano do BCP. O banco registou prejuízos de 251,1 milhões de euros, depois de ter apresentado lucros de 264, 5 milhões em igual período do ano passado. Só no terceiro trimestre, o resultado foi negativo na ordem dos 53,8 milhões de euros. Ainda assim, a atividade internacional ajudou a compensar o ciclo negativo com 134,8 milhões.

De acordo com o banco liderado por Nuno Amado, as  imparidades do crédito aumentaram 41,8% para 870,2 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano. Nuno Amado garantiu, no entanto,  que o banco está “numa linha descendente quanto aos ativos que representam risco”. De acordo com o mesmo, a instituição financeira tem “condições para continuar com este processo de estabilidade a prazo”, revelou durante a apresentação de resultados.

Em termos globais, a margem financeira do BCP (indicador que representa a diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) melhorou 3,5% para 907 milhões de euros no período. O baixo custo dos depósitos permite esta melhoria na atividade nacional.

Os custos operacionais caíram 5% para 722,4 milhões de euros, com uma queda mais acentuada na atividade internacional do que na doméstica.