Filipe Lima fecha em 37º e sobe ao European Tour. Ricardo Santos foi 22º

Filipe Lima fecha em 37º e sobe ao European Tour. Ricardo Santos foi 22º


O atleta olímpico luso conseguiu, pela quarta vez na sua carreira, usar a segunda divisão europeia como trampolim para a primeira. Ao campeão nacional resta-lhe a final da escola de qualificação do European Tour na próxima semana.


Filipe Lima tornou-se hoje (Sábado) num dos raros, senão mesmo no único jogador na história dos circuitos profissionais europeus a usar o Challenge Tour como rampa de lançamento para o European Tour em quatro ocasiões diferentes.

Tal como em 2004, 2009 e 2013, o português residente em França conseguiu terminar no top-15 do ranking do Challenge Tour, a segunda divisão europeia, agora chamada de Corrida para Omã, apesar de em 2004 nem ter sido preciso chegar ao final da época para subir ao European Tour.

Já por duas vezes Lima terminou épocas como nº2 no Challenge Tour, mas hoje bastou-lhe o 12º posto para recuperar o cartão para o European Tour, com 100.108 pontos (ou euros).

Também há três anos sagrou-se vice-campeão da Grande Final do Challenge Tour, que na altura se disputava no Dubai. Mas desta feita foi suficiente a 37ª posição (empatado) na NBO Golf Classic Grand Final, que desde o ano passado foi transferida para Omã.

O atleta olímpico luso totalizou 287 pancadas, 1 abaixo do Par do campo desenhado pelo antigo nº1 mundial, Greg Norman, no Almouj Golf, em Mascate.

Na última volta de hoje chegou a andar com 4 pancadas abaixo do Par, mas 2 bogeys mesmo no final, nos buracos 15 e 17, atiraram-no de novo para fora do top-30. Entre 45 participantes, não é uma grande classificação, mas o objetivo principal estava alcançado e vai jogar ao lado de Ricardo Melo Gouveia no European Tour de 2017.

«Hoje correu tudo bem, fiz 2 bogeys mesmo no final, mas acontece. A minha meta era passar os 100 mil euros (prémio de toda a época) e passei-os, por isso, mais feliz não posso estar», disse, depois de receber um prémio monetário de 2.775 euros, dos 400 mil que estavam em jogo em Omã.

«Não poderia sonhar com melhor ano: o nascimento de uma filha, estar nos Jogos Olímpicos, obter uma vitória (no Najeti Open, em França), ir agora à Taça do Mundo, recuperar o cartão (do European Tour), é um ano que não vou esquecer», disse o português que completará 35 anos no final do mês.

Bem diferente a situação de Ricardo Santos, que também usou o Challenge Tour como trampolim para o European Tour em 2011, ao terminar em 4º lugar no ranking, mas que este ano não foi capaz de repetir o feito.

Hoje era um dia de “derreter a pista ou morrer” e, tal como Lima, chegou ao buraco 15 com 4 abaixo do Par, mas perdeu pancadas no 15, 16 e 17.

O algarvio de 34 anos veio a Omã com a pressão de saber que só a vitória lhe daria para entrar no top-16 que este ano dava o passaporte para o European Tour e terminou a NBO Golf Classic Grand Final na 22ª posição, com 282 pancadas, 6 abaixo do Par, somando voltas de 73, 71, 67 e 71.

Chegou à Grande Final como 42º na Corrida para Omã e o prémio que hoje embolsou de 4.195 euros nem lhe permitiu manter esse posto, caindo para 43º no ranking, com 47.590 pontos.

Para já tem garantido o cartão para o Challenge Tour em 2017, mas ainda não desistiu do objetivo de regressar ao European Tour, ele que até venceu uma prova do circuito principal, o Madeira Islands Open BPI em 2012.

Dentro de exctamente uma semana, no dia 12, estará em Girona, em Espanha, no PGA Catalunya Resort, para a Final da Escola de Qualificação, a sua última oportunidade. E se há um ano falhou nessa Final da Escola, desta vez vai muito mais motivado, depois de ter reencontrado o seu bom golfe em Omã.  

«Só fiquei com um gosto amargo porque hoje, novamente, joguei muito bom golfe para o resultado que apresentei, poderia ter feito muito melhor para sair um pouco mais contente. Teria sido bom acabar com umas 6 ou 7 abaixo. Agora tenho uns dias para descansar, tenho o jogo com boas sensações, vou mentalmente mais forte para a Final da Escola de Qualificação, porque sinto o jogo bem mais sólido. É uma longa semana e no fim espero sair de lá com o cartão do European Tour», declarou.

Os portugueses não brilharam este ano em Omã, ao contrário de 2015, e a NBO Golf Classic Grand Final foi conquistada pelo alemão Bernd Ritthammer, que obteve hoje o seu terceiro título do ano no Challenge Tour. Saltou do 6º para o 2º lugar na Corrida para Omã, só superado pelo inglês Jordan Smith, que neste derradeiro torneio contentou-se com o 17º lugar (-8). Este ano não houve “dobradinha” como a de Ricardo Melo Gouveia no ano passado.

Bernd Ritthammer chegou a perder o comando para Jens Dantorp, mas um bogey do sueco no último buraco, ao falhar a saída, permitiu ao alemão triunfar com 1 escassa pancada de vantagem.

Foram momentos de algum drama desportivo porque Dantorp precisava de vencer para subir ao European Tour.

Bernd Ritthammer, de 29 anos, totalizou 267 pancadas, 21 abaixo do Par, após voltas de 67, 64, 67 e 69, um resultado espantoso se pensarmos que há um ano Ricardo Melo Gouveia triunfou com 13 abaixo do Par. A diferença é que não houve vento nos quatro dias de prova e em 2015 soprou forte em três das quatro jornadas.

O alemão tinha vencido este ano no Made in Denmark Challenge, em julho, e no Volpa Irish Challenge, em setembro. Três títulos dão-lhe para o ano uma categoria superior no European Tour de 2017 do que a que receberia por terminar apenas no top-16 do Challenge Tour.

«Ainda não me habituei bem à ideia mas sabe muito bem», disse o campeão, que embolsou 68.250 euros e já sabe quando irá estrear o seu cartão no European Tour: «Vou descansar nas próximas semanas, os tacos vão ficar arrumados durante algum tempo, porque será importante estar fresco quando tudo começar em dezembro em Leopard Creek (África do Sul».

Quanto a Jordan Smith, que rende Ricardo Melo Gouveia como nº1 da Corrida para Omã, com 209.985 pontos (não superou os 251.591 do nº1 português, que mantém o recorde), estava naturalmente radiante.

O inglês nem se aborreceu quando o diretor de torneio, José Maria Zamora (o mesmo do Portugal Masters), o chamou ao microfone pelo nome de Jordan Spieth, o norte-americano nº5 do ranking mundial:

«Estava na lua por ter terminado como nº1 da Ordem de Mérito do EuroPro Tour no ano passado e nunca imaginaria que um ano depois iria vencer o Challenge Tour, quando o meu objetivo era manter o cartão neste circuito», disse o jogador de 23 anos.

A última jornada do torneio pode ser acompanhada na SportTV. O canal-4 irá passar um resumo, amanhã, dia 6 às 01h30.