O futuro vem já aí. Colossos do futebol projetam estádios alucinantes

O futuro vem já aí. Colossos do futebol projetam estádios alucinantes


Real Madrid, Barcelona, Chelsea, AC Milan, Liverpool têm em comum uma história carregada de glórias a nível nacional e europeu. Agora, todos terão também casinhas novas – ou casarões: as primeiras imagens do que está a caminho são absolutamente impressionantes.


O futebol é conhecido pela paixão inflamada, cega e desmedida – como todas as verdadeiras paixões – que provoca em quem o segue. É, no entanto, também o desporto que mais contribui para a construção a larga escala de obras arquitetónicas de grande magnitude, precisamente de modo a poder albergar todos os devotos fiéis que, a cada fim de semana, comparecem religiosamente na sua segunda casa. O problema é que, como todas as casas, também os estádios de futebol têm o seu prazo de validade – nalguns casos, esticado até ao limite do razoável, o que já provocou alguns (enormes) dissabores em variadas ocasiões.

Neste caso, porém, não será assim. A necessidade de reformar/renovar alguns recintos, ou mesmo construir outros de raiz, bateu à porta de alguns dos maiores colossos do futebol europeu, e como se sabe, nesta modalidade os colossos são-no em todos os aspetos – o financeiro incluído. Assim, não seria de estranhar um investimento razoável na hora de projetar uma nova casa para acolher a equipa nas próximas décadas – nada mais normal.

A realidade, todavia, vai muito além do “investimento razoável”. De acordo com as imagens que têm vindo a ser divulgadas em vários sites da especialidade, equipas como Real Madrid, Barcelona, AC Milan, Chelsea ou Liverpool vão avançar para autênticas obras de arte da arquitetura, projetos de milhões de euros absolutamente majestosos. E feitos pelos nomes mais conceituados do mundo nessa área.

Já não se está a falar de campos de futebol, concebidos estritamente para permitir que 22 homens corram atrás de uma bola – ou atrás uns dos outros. Isso já não existe, a não ser nos patamares mais baixos, onde se continua a praticar o desporto apenas por prazer e amor ao mesmo. Ao nível a que clubes desta magnitude competem, há muito que o estádio deixou de significar apenas isso: hoje, um recinto de qualquer equipa que jogue no primeiro escalão de uma forte liga europeia está equipado com dezenas de funcionalidades extra, desde restaurantes a ginásios (ou health club, como agora fica bonito dizer), cinemas, zonas comerciais, parques de estacionamento, campos de treino e pavilhões adjacentes.

 

ESPANHA DOMINA A MODERNIDADE

Neste particular, Espanha será a rainha da megalomania. Dos vários grandes projetos que estão na forja para avançar nos próximos meses, cinco são de clubes espanhóis – sem contar com o Atlético Bilbau, que já inaugurou em 2013 um renovado San Mamés. Os mais imponentes, claro está, pertencem a Real Madrid e Barcelona. O projeto para o renovado Santiago Bernabéu, casa dos merengues, foi apresentado no início de 2014 com a garantia de se tratar do “mais avançado e moderno complexo desportivo do século XXI”.

As reformas no recinto foram avaliadas em 400 milhões de euros e o projeto prevê uma nova fachada, teto retrátil, um hotel de luxo e lojas no interior do complexo. No entanto, o clube ainda espera por uma autorização da Justiça para poder avançar para a construção da nova casa, pelo que ainda não existem quaisquer prazos estimados de início ou conclusão das obras.

Uma semana depois do Real ter feito o anúncio, o Barcelona seguiu-lhe os passos, antecipando o projeto de modernização e ampliação do Camp Nou. Este, avaliado em 600 milhões de euros, prevê a instalação de uma cobertura, além do aumento de capacidade de 99 mil para 105 mil adeptos, e a melhoria nas acessibilidades, prevendo por exemplo a inclusão de elevadores e escadas rolantes. O objetivo do clube catalão é realizar o empreendimento entre 2017 e 2021, de maneira gradual.

Mais “modestos”, os projetos de Atlético de Madrid, Celta de Vigo e Real Sociedad também não são de desvalorizar. O clube colchonero vai estrear na próxima temporada o novo estádio, denominado La Peineta, cuja construção se iniciou em 2011 e com capacidade para 68000 espectadores. Já os galegos desejam um Estádio dos Balaídos totalmente coberto e com capacidade para 31000 pessoas – o recinto deve estar concluído no fim de 2017. E o Anoeta, casa do conjunto basco, vai ser modernizado, ter uma nova coberta e perder a pista de atletismo, que entretanto foi caindo em desuso um pouco por toda a Europa. O estádio terá lotação máxima de 42300 espectadores.

 

INGLATERRA TAMBÉM NÃO OLHA A CUSTOS

A nadar em dinheiro, devido ao acordo com as televisões nacionais, os clubes ingleses também não se ficaram. O Chelsea terá um Stamford Bridge ampliado, passando de 41600 para 60000 espectadores, mas o desejo principal de Roman Abramovich, o seu proprietário multi-milionário, é outro: o russo quer uma fachada que se assemelhe a uma… catedral. O projeto está avaliado em mais de 850 milhões de euros e a inauguração prevista para 2020/21. Já o Liverpool iniciou as obras de ampliação de Anfield no início do ano passado, com orçamento avaliado em 126 milhões de euros. A ideia é passar dos atuais 45500 espectadores para os 60000, estando prevista também a construção de um memorial em homenagem aos 96 mortos no desastre de Hillsborough em 1989 – a maior tragédia da história do futebol inglês. O caso do Tottenham é curioso: o White Hart Lane irá aumentar a capacidade para 61000 lugares e será utilizado, pelo menos duas vezes por ano, para jogos… da NFL – futebol americano.

Destaque ainda para o caso da Roma, cujo novo estádio se inspira no Coliseu, uma das mais emblemáticas obras arquitetónicas da história.