Espanha. Pedro Sánchez demite-se

Espanha. Pedro Sánchez demite-se


O fracasso da votação para a realização de um congresso extraordinário do PSOE levou Pedro Sánchez a renunciar ao cargo de secretário-geral do partido.


Depois de uma reunião de mais de dez horas, o agora ex-líder do PSOE disse: "Para mim, foi um orgulho, e apresento a minha demissão. Foi uma honra", cita o El Pais.

Os socialistas espanhóis reuniram-se no âmbito do Conselho Federal, no qual se discutiu a proposta de Sánchez para um novo congresso extraordinário a realizar-se já este mês.

Sánchez enfrentou oposição interna, que defendia um congresso, mas nunca antes de haver uma solução governativa.

A revolta dos setores socialistas contra a hipótese de Sánchez tentar formar governo com o Podemos não tem precedentes em 140 anos de história do partido e parece dividir os socialistas espanhóis em duas metades dificilmente reconciliáveis.

A conspiração dos barões do partido com apoio do líder histórico Felipe González deixou o PSOE partido em dois.

Josep Borrel, antigo candidato do PSOE à presidência do governo espanhol, não tem duvidas: o partido socialista vive uma tentativa de golpe de estado protagonizada pelos barões regionais, com aval do líder histórico Filipe González, e com o apoio maciço dos grupos de comunicação, nomeadamente a Prisa, que são contra uma possível coligação de governo entre socialistas e o Podemos.

No editorial de quinta-feira do diário El País, o líder dos socialistas era apelidado de pessoa «insensata e sem escrúpulos que não hesita em destruir o partido, que dirigiu com tanto desacerto, em vez de reconhecer o seu fracasso». Borrel não hesita em responsabilizar o grupo Prisa pelo ataque constante que a liderança de Pedro Sánchez viveu. “Que eu saiba, o grupo Prisa não tem poderes [estatutários] para demitir o secretário-geral do PSOE [Pedro Sánchez]”, afirmou.

Recorde-se que durante esta semana os críticos à liderança de Pedro Sánchez se demitiram em bloco da Executiva Federal do PSOE, tentando que esse órgão fosse considerado fora de funções e que o futuro do partido fosse decidido pela Comissão Federal de Garantias, em que, dos cinco elementos, três são próximos da líder do PSOE da Andaluzia, Susana Díaz, e contra a atual direção.