EUA. Imprensa dá vantagem a Hillary no debate com Trump

EUA. Imprensa dá vantagem a Hillary no debate com Trump


As primeiras reações da generalidade dos órgãos de comunicação, norte-americanos e internacionais, apontaram a experiência da Democrata como a chave para vitória sobre o magnata


A sondagem apresentada pela CNN – na qual 62% dos inquiridos consideraram que Hillary Clinton venceu o debate de segunda-feira à noite, nos EUA, madrugada de terça-feira em Portugal, com Donald Trump – não difere muito da apreciação da maioria da imprensa norte-americana e internacional. O primeiro confronto televisivo entre os dois candidatos presidenciais, na Universidade de Hosfra, em Nova Iorque, confirmou duas visões claramente distintas, sobre vários temas, e resultou numa ligeira vantagem democrata.

“Os golpes de Clinton puseram Trump na defensiva”, pode ler-se na página do “The Washington Post”. “Trump mordeu o isco”, refere a CNN. A Fox News, mais comedida, admite que “Clinton mostrou-se preparada”. “Clinton montou a armadilha e Trump avançou para ela”, é a frase de ordem do site Politico. Para os espanhóis do “El País”, “Clinton travou os ataques de Trump com a sua experiência”. E em França é feita a seguinte síntese, no “Le Monde”: “Clinton-Trump: a experiência contra a incoerência”.

A verdade é que, dando mais ou menos ênfase ao real significado de vitória, a generalidade da comunicação social entende que a candidata presidencial pelos Democratas conseguiu sair por cima, no duelo, de 90 minutos, com Trump, nomeadamente fazendo-se valer da sua maior experiência, política e em debates. O representante dos Republicanos, por outro lado, foi mais comedido que o habitual e mostrou-se menos eficaz, quando questionado a elaborar mais pormenorizadamente os seus planos eleitorais. 

Esta parece ser, também, a apreciação de parte da opinião pública norte-americana. Segundo uma sondagem realizada pela CNN/ORC, após o debate, 62% dos 521 inquiridos consideraram que Hillary venceu a contenda, ao passo que 27% entenderam que foi o magnata do ramo imobiliário a levar a melhor. Numa outra perspetiva, 66% dos participantes na sondagem acham que Clinton expressou as suas opiniões de forma mais clara do que Trump.

Os inquiridos consideram, no entanto, que as críticas feitas pelos dois candidatos, um ao outro, foram justas. Donald Trump censurou, principalmente, o “fracasso” das políticas que Clinton defendeu e nas quais esteve envolvida “durante os últimos trinta anos” – e que levaram, por exemplo, à ascensão do autoproclamado Estado Islâmico, bem como à fuga precipitada de empresas norte-americanas para a China ou para o México – e a sua adversária pôs em causa os seus méritos como empresário, acusou-o de discriminação racial, laboral e contra as mulheres, e criticou as suspeitas, levantadas por Trump, sobre o local de nascimento de Barack Obama.

Feitas as contas finais, diz a sondagem, 34% dos participantes estão mais inclinados a votar em Hillary e apenas 18% estarão a pensar votar em Trump, daqui a pouco mais de um mês. Dados que, tendo em conta que ainda restam 42 dias de campanha e ainda haverá mais debates, não podem ser considerados (nem de perto, nem de longe) conclusivos sobre as reais intenções de voto eleitores dos EUA.

A maioria dos órgãos de comunicação considera que os apoiantes de Trump não deixarão de o apoiar, depois deste debate, e que o mesmo acontece com os apoiantes de Clinton. Quanto aos indecisos, continuam indecisos. O próximo confronto entre os dois candidatos será no dia 9 de outubro.