O primeiro-ministro avançou hoje que foram abertas duas linhas de investimento para apoiar as startups portuguesas. Um investimento atualmente com um valor global de 126 milhões de euros e que visa “alavancar um investimento global superior a 300 milhões de euros”.
“São as duas maiores linhas alguma vez abertas de financiamento para criar startups em Portugal”, afirmou António Costa, no encerramento do Road 2 Web Summit, que teve lugar no novo Hub Criativo do Beato, no antigo espaço da Manutenção Militar.
O evento contou ainda com a participação do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, os secretários de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e da Ciência, Maria Fernanda Rolo, e o presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave.
O primeiro-ministro anunciou ainda dois concursos que têm como objetivo promover o empreendedorismo: os vales de incubação e os startup vouchers.
“Hoje [quarta-feira], pelas 14h30, abriu o concurso para os startup vouchers. Uma iniciativa que visa financiar durante um ano um projeto empresarial até ser colocado no mercado. Está também aberto o programa de incubação de startup, dando-lhes condições ao seu desenvolvimento”, explicou.
No final do evento, Caldeira Cabral explicou que os startup vouchers consistem num apoio financeiro de cerca de 700 euros por mês, durante um ano, atribuído a quem quer começar uma empresa. Todos os jovens com menos de 35 anos, preferencialmente com o 12º ano de escolaridade e que pretendam criar uma startup em Portugal podem candidatar-se – a seleção dos projetos está a cargo da Rede Nacional de Incubadoras.
Os vales de incubação, por sua vez, são uma verba de cinco mil euros para uma empresa gastar na contratação de serviços junto das incubadoras da Startup Portugal para poderem desenvolver o seu negócio. “A Startup Portugal está a criar uma rede de incubadoras. Essa rede vai poder proporcionar serviços às empresas que estão a começar para que estas possam ter acesso a serviços de apoio à internacionalização, serviços legais, etc.”, disse o ministro da Economia. “São 10 milhões de euros que estamos a colocar em cada um destes instrumentos”, acrescentou.
Durante o Road 2 Web Summit foram ainda anunciadas as 66 startup portuguesas que vão participar no Web Summit, um dos maiores eventos mundiais de tecnologia e de inovação, que decorre na capital portuguesa entre 7 e 10 de novembro de 2016.
Escritório da Web Summit em Lisboa
Ainda antes das intervenções dos governantes portugueses, Paddy Cosgrave anunciou que a Web Summit iria abrir o primeiro escritório fora da Irlanda em Lisboa, mais concretamente no Hub Criativo do Beato – será a primeira empresa a fazê-lo. O processo de recrumento já começou, mas as candidaturas ainda estão abertas.
“O nosso grande desafio é aproveitar ao máximo esta relação com a Web Summit, que não existia há um ano e meio, para criar mais empresas, mais emprego, uma capacidade de inovação superior e para que novas iniciativas aqui nasçam”, disse Fernando Medina ao i.
Para o autarca de Lisboa, a vinda da Web Summit para Lisboa é uma “oportunidade para todo o nosso sistema económico”.
Também António Costa encara a Web Summit como uma maneira de dar a conhecer uma outra faceta de Portugal. “É um evento muito importante, porque é uma forma de afirmar o país de um modo diferente da sua imagem tradicional. Sabe-se que somos um grande destino turístico, um grande produtor de sapatos, de azeite, de vinho e de têxteis, mas temos de ter também o perfil de sermos bons na indústria automóvel ou na indústria aeronáutica, e temos hoje uma multiplicidade de empresas nas áreas das novas tecnologias e da inovação”, realçou o primeiro-ministro.
Costa avançou ainda que as startup portuguesas vão integrar comitivas empresariais que se desloquem com o chefe de Estado ao estrangeiro. Em outubro, vão integrar uma missão empresarial no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) e deslocam-se ainda a Macau, em novembro, para o Fórum Empresarial da Lusofonia.