Há que parecer honesto!


Quer-me parecer que a Barroso pouco lhe importa o desfecho deste divórcio. Passar de VIP junto da UE a Deus todo-poderoso do planeta, vale a exposição


A história repete-se invariavelmente ao longo dos séculos. Podem mudar os cenários e os protagonistas, mas a moralidade e as ilações a retirar são invariavelmente repetidas.

Reza a história que no ano 62 a.C. decorria em casa de César a festa de Bona Dea (boa deusa), resumidamente uma orgia báquica reservada exclusivamente às mulheres. A organizadora foi Pompeia Sula, segunda mulher de Júlio César, que, segundo consta, era uma bela mulher.

Como em qualquer boa história, tem de haver um bom mexerico, e desta feita consta que Publius Clodius, um nobre jovem, rico e atrevido, era louco de amores por Pompeia e, sabendo da festa, não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e entrou na festa, para consumar o seu incontrolável desejo de estar com Pompeia. Não fora a astuta Aurélia, mãe de César, que desmascarou todo o enredo, e Publius teria conseguido saciar o seu desejo.

Mesmo sem as tecnologias de hoje, a história rapidamente se espalhou por toda a Roma e César decretou o divórcio de Pompeia. 

Ao contrário do que seria de esperar, César não condenou Publius, que foi, aliás, chamado a depor como testemunha em tribunal, onde afirmou que Pompeia nada tinha a ver nem nada sabia sobre a artimanha por ele criada. 

O espanto foi geral entre os senadores: “Mas então se Pompeia não sabia, porque se divorciou César da sua mulher?”

A resposta ficou célebre: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita.”

Lá está! A história ensina-nos e repete os seus padrões. Se calhar porque, no essencial, o homem não evoluiu assim tanto desde o ano 62 a.C. 

Ora, o nosso Publius (José Manuel Durão Barroso) não resiste aos encantos do poder – já o sabemos! Aos seus olhos, é como Pompeia! Não satisfeito com o poder acumulado e as orgias políticas com que nos brindou com Bush, Blair e Aznar antes de abandonar o país, não resistiu a infiltrar-se em mais uma. O Goldman! A Pompeia do poder dos tempos modernos, mas do tipo hermafrodita – não tem marido. Reconheço, é tentadora. Mas teria o nosso Publius necessidade de mais este affair?

Nesta história não há divórcio, Barroso já não tinha relação contratual com a Europa, apenas moral… ah, mas essa é de cor ténue para o nosso Publius. Ainda assim, Juncker (o César da nossa história) fez questão de trazer para a praça pública o assunto e de encetar uma espécie de divórcio moral, adornado pela retirada de estatuto VIP a Barroso.

Quer-me parecer que a Durão Barroso pouco lhe importa o desfecho deste divórcio. Passar de VIP junto da UE a Deus todo-poderoso do planeta vale a exposição. Já tinha valido quando abandonou a sua pátria amada, que encontrou e deixou de tanga, muito mais terá valido agora!

E lá está, argumente-se da forma que se quiser, no fim fica sempre a dúvida e, neste caso: Barroso!? Devemos estar sempre acima de qualquer suspeita!

Escreve às quintas-feiras


Há que parecer honesto!


Quer-me parecer que a Barroso pouco lhe importa o desfecho deste divórcio. Passar de VIP junto da UE a Deus todo-poderoso do planeta, vale a exposição


A história repete-se invariavelmente ao longo dos séculos. Podem mudar os cenários e os protagonistas, mas a moralidade e as ilações a retirar são invariavelmente repetidas.

Reza a história que no ano 62 a.C. decorria em casa de César a festa de Bona Dea (boa deusa), resumidamente uma orgia báquica reservada exclusivamente às mulheres. A organizadora foi Pompeia Sula, segunda mulher de Júlio César, que, segundo consta, era uma bela mulher.

Como em qualquer boa história, tem de haver um bom mexerico, e desta feita consta que Publius Clodius, um nobre jovem, rico e atrevido, era louco de amores por Pompeia e, sabendo da festa, não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e entrou na festa, para consumar o seu incontrolável desejo de estar com Pompeia. Não fora a astuta Aurélia, mãe de César, que desmascarou todo o enredo, e Publius teria conseguido saciar o seu desejo.

Mesmo sem as tecnologias de hoje, a história rapidamente se espalhou por toda a Roma e César decretou o divórcio de Pompeia. 

Ao contrário do que seria de esperar, César não condenou Publius, que foi, aliás, chamado a depor como testemunha em tribunal, onde afirmou que Pompeia nada tinha a ver nem nada sabia sobre a artimanha por ele criada. 

O espanto foi geral entre os senadores: “Mas então se Pompeia não sabia, porque se divorciou César da sua mulher?”

A resposta ficou célebre: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita.”

Lá está! A história ensina-nos e repete os seus padrões. Se calhar porque, no essencial, o homem não evoluiu assim tanto desde o ano 62 a.C. 

Ora, o nosso Publius (José Manuel Durão Barroso) não resiste aos encantos do poder – já o sabemos! Aos seus olhos, é como Pompeia! Não satisfeito com o poder acumulado e as orgias políticas com que nos brindou com Bush, Blair e Aznar antes de abandonar o país, não resistiu a infiltrar-se em mais uma. O Goldman! A Pompeia do poder dos tempos modernos, mas do tipo hermafrodita – não tem marido. Reconheço, é tentadora. Mas teria o nosso Publius necessidade de mais este affair?

Nesta história não há divórcio, Barroso já não tinha relação contratual com a Europa, apenas moral… ah, mas essa é de cor ténue para o nosso Publius. Ainda assim, Juncker (o César da nossa história) fez questão de trazer para a praça pública o assunto e de encetar uma espécie de divórcio moral, adornado pela retirada de estatuto VIP a Barroso.

Quer-me parecer que a Durão Barroso pouco lhe importa o desfecho deste divórcio. Passar de VIP junto da UE a Deus todo-poderoso do planeta vale a exposição. Já tinha valido quando abandonou a sua pátria amada, que encontrou e deixou de tanga, muito mais terá valido agora!

E lá está, argumente-se da forma que se quiser, no fim fica sempre a dúvida e, neste caso: Barroso!? Devemos estar sempre acima de qualquer suspeita!

Escreve às quintas-feiras