Checks and balances


Nos EUA, agora que os candidatos à presidência não entusiasmam ou assustam, deposita-se muito esperança na força do Congresso para compensar o poder do novo inquilino da Casa Branca. Não escondo que é com um misto de incredulidade e de certo deleite que ouço e leio opiniões deste género.


Durante oito anos, o presidente, porque era Barack Obama, foi um iluminado que só não transformava a América num sítio melhor porque o Congresso não deixava. A administração Obama foi acusando os congressistas de bloquearem a sua governação. Foram as negociações sobre o teto da dívida e a reforma do sistema de saúde, entre outras. O presidente que queria unir a América, não conseguindo juntar os congressistas, forçou uma agenda contra estes.

Não vem agora ao caso se bem se mal. O interessa salientar é que o Congresso foi sendo visto como um empecilho e agora é encarado como um último reduto da democracia. E ainda bem, porque é mesmo assim. Foi para isso mesmo que a separação de poderes orquestrada pelos founding fathers foi pensada. E se há algo positivo nas candidaturas de Hillary Clinton e de Trump é ver que a maioria tomou consciência disso. 

Esta tomada de consciência é muito importante nos tempos que correm. São os checks and balances que, com a separação de poderes, asseguram que o poder político se autolimite e não destrua os valores liberais para cuja promoção existe. Para que não haja o poder de um só líder, é preciso que reconheçamos que não existem soluções mágicas. 


Checks and balances


Nos EUA, agora que os candidatos à presidência não entusiasmam ou assustam, deposita-se muito esperança na força do Congresso para compensar o poder do novo inquilino da Casa Branca. Não escondo que é com um misto de incredulidade e de certo deleite que ouço e leio opiniões deste género.


Durante oito anos, o presidente, porque era Barack Obama, foi um iluminado que só não transformava a América num sítio melhor porque o Congresso não deixava. A administração Obama foi acusando os congressistas de bloquearem a sua governação. Foram as negociações sobre o teto da dívida e a reforma do sistema de saúde, entre outras. O presidente que queria unir a América, não conseguindo juntar os congressistas, forçou uma agenda contra estes.

Não vem agora ao caso se bem se mal. O interessa salientar é que o Congresso foi sendo visto como um empecilho e agora é encarado como um último reduto da democracia. E ainda bem, porque é mesmo assim. Foi para isso mesmo que a separação de poderes orquestrada pelos founding fathers foi pensada. E se há algo positivo nas candidaturas de Hillary Clinton e de Trump é ver que a maioria tomou consciência disso. 

Esta tomada de consciência é muito importante nos tempos que correm. São os checks and balances que, com a separação de poderes, asseguram que o poder político se autolimite e não destrua os valores liberais para cuja promoção existe. Para que não haja o poder de um só líder, é preciso que reconheçamos que não existem soluções mágicas.