BCP. Administração quer negociar entrada da Fosun até ao final do mês

BCP. Administração quer negociar entrada da Fosun até ao final do mês


A emissão de novas ações vai implicar a diluição da participação dos atuais acionistas e a Fosun ficaria como maior acionista.


O conselho de administração do BCP, que esteve reunido nesta quarta-feira tal como tinha sido avançado pelo i, vai aprofundar as negociações para a entrada da Fosun no capital do banco e terá nova reunião até ao final de setembro.

A Fosun – que já detém em Portugal a Luz Saúde a seguradora Fidelidade – oferece até 236 milhões de euros para ficar com 16,7% do capital do banco através de um aumento de capital reservado. Uma proposta que recebeu luz verde por parte do banco liderado por Nuno Amado. “O BCP informa que apreciou positivamente o interesse demonstrado pela Fosun e debateu linhas gerais do que poderão vir a ser os termos do investimento”, segundo o comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobilários (CMVM).

O documento revela ainda que foi pedido à comissão executiva do banco que “aprofunde as negociações” com a Fosun que têm por objetivo fixar as condições de entrada dos investidores chineses no capital do banco e que seja agendada nova reunião do Conselho de Administração, “a qual deverá ocorrer sempre antes do final do corrente mês de setembro”. Já os restantes acionistas também terão de aprovar a operação, em assembleia-geral.

No entanto, esta proposta do grupo chinês sujeita a uma série de condições, como a aprovação dos supervisores, o aumento dos limites de voto do BCP de 20% para 30% do capital, a implementação do processo de reverse stock split, a não contribuição para o Fundo de Resolução além da já prevista e dois administradores no board, incluindo-os também na comissão executiva. A proposta da Fosun prevê ainda “a possibilidade de o conselho de administração do BCP cooptar até um total de pelo menos cinco novos membros.

Os investidores chineses anunciaram também, em julho passado, que poderão posteriormente aumentar a participação para um intervalo situado entre 20% e 30% das ações do banco, através da compra de títulos no mercado secundário ou, também, de futuras operações de aumento de capital.

A emissão de novas ações vai implicar a diluição da participação dos atuais acionistas e a Fosun ficaria como maior acionista. Atualmente, o capital do BCP conta com a angolana Sonangol como a maior acionista, com 17,84% do capital, seguida do Sabadell (5,07%), da EDP (2,71%), BlackRock (2,22%) e da InterOceânico (2,05%).