Ao contrário do que acontece na Europa, a figura da primeira-dama nos EUA é uma instituição.
Ainda hoje se fala no ícone de moda que foi Jacqueline Kennedy e da campanha contra as drogas liderada por Nancy Reagan. Não menos importante foi Eleanor Roosevelt, a primeira discursar numa Convenção de um partido, abrindo caminho para a atual primeira-dama Michelle Obama, cujo discurso na Convenção Democrata foi falado em todo o mundo – mais até que o do seu marido e presidente, Barack Obama.
“A questão portuguesa seria muito mais complexa nos Estados Unidos onde, para além das dimensões políticas, existe uma dimensão legal e moral muito estrita, associada à elite política”, explica António Costa Pinto, recordando alguns escândalos extraconjugais e até homossexuais de alguns congressistas norte-americanos.
Mas o escândalo extraconjugal mais badalado de sempre nos EUA (e no mundo) foi o do antigo presidente e quiçá futuro ‘primeiro-cavalheiro’ Bill Clinton – sim, este é o termo que será utilizado caso Hillary Clinton vença as presidenciais norte-americanas de novembro.
Muito se tem especulado sobre qual será o papel do ex-Presidente americano, mas até ao momento não parece estar nada definido. Fontes próximas da candidata norte-americana dizem que Hillary deposita grande confiança no marido, mas no programa ‘60 Minutos’, a ex-secretária de Estado disse que iria pôr os ex-presidentes a trabalhar e isso incluía tanto Bill Clinton como Barack Obama. Ainda assim, realçou – e referindo ao marido – que não irá tratar-se de uma “copresidência”.
Recorde-se porém que, durante o seu tempo de primeira-dama, Hillary Clinton teve direito a um gabinete e chegou mesmo a ser nomeada para elaborar uma reforma da Segurança Social dos Estados Unidos. Será que Bill terá os mesmos privilégios caso se torne o primeiro ‘primeiro-cavalheiro’?