Quarta-feira, dez da manhã e um dia soalheiro em que o termómetro já roçava os 30 graus. Duas raparigas japonesas – uma de vestido rodado de tule digno de uma Barbie, outra de calções de ganga curtos –, abrigam-se à sombra de um chapéu de chuva, que aqui faz as vezes de chapéu de sol. São apenas duas das centenas de pessoas que esperam para entrar no Mosteiro dos Jerónimos: cada uma pagará 10 euros por um bilhete normal para visitar o monumento. A esta hora, a fila já contornava a fachada de cerca de 300 metros e dava a volta pela esquina mais próxima do portal sul da igreja.
Este é, de longe, o local preferido dos visitantes. Segundo dados da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), 507.028 pessoas visitaram o mosteiro manuelino nos primeiros seis meses do ano, o que representa um aumento de 14,8% relativamente ao período homólogo de 2015. Ainda não há dados sobre julho e agosto, mas a julgar pela fila testemunhada pelo SOL, este é um valor que certamente irá aumentar até porque, neste momento, os Jerónimos canalizam cerca de um quarto do total de visitantes de todos os espaços culturais da DGPC.
Uma tendência crescente de visitantes tem sido, aliás, uma regra quase inquebrável nos equipamentos culturais sob a tutela da DGPC. A Torre de Belém, quase ‘do outro lado lado da rua’. é o segundo monumento com mais entradas: 326.849 pessoas até ao fim de junho.